Biomarcadores bioquímicos e genéticos para a detecção dos efeitos do herbicida Atrazina no peixe neotropical Prochilodus lineatus

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/12/2010

RESUMO

A atrazina, um dos herbicidas mais utilizados mundialmente, é um potencial contaminante aquático, podendo alcançar corpos d’água e interagir com a biota local. Biomarcadores podem ser ótimas ferramentas para avaliação dos impactos da contaminação para os organismos aquáticos. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos deste herbicida para o peixe neotropical Prochilodus lineatus. Para tanto, peixes jovens foram expostos somente água (CTR) ou a 2 ou 10 µg.L-1 de atrazina (ATZ 2 e ATZ 10, respectivamente) em exposições estáticas de 24 ou 48 horas. Após as exposições, os peixes foram amostrados para a coleta dos tecidos. Amostras de sangue, brânquias e fígado foram utilizadas no ensaio do cometa para avaliar os danos no DNA. Amostras de fígado também foram utilizadas para a determinação da atividade das enzimas de biotransformação CYP1A (pelo ensaio da EROD) e glutationa S-transferase (GST), e das enzimas de defesa antioxidante superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx), glutationa redutase (GR); do conteúdo de glutationa reduzida (GSH); das geração de espécies reativas de oxigênio (ERO) e a ocorrência de peroxidação lipídica (LPO). Amostras de cérebro e músculo foram usadas para a análise da atividade da acetilcolinesterase (AChE). Em comparação com o grupo CTR, os peixes expostos às duas concentrações de atrazina, durante 24 h, apresentaram diminuição na atividade da SOD, CAT e GPx e aumento na atividade da GR. Também foi observada redução na geração de ERO e na ocorrência de LPO. Ainda após 24 h, os peixes do grupo ATZ 2 apresentaram inibição da atividade da EROD e do grupo ATZ 10, aumento de danos no DNA nos eritrócitos. Após 48 horas de exposição a ambas concentrações do herbicida os peixes apresentaram redução significativa nas atividades da EROD, SOD, CAT e GPx, e aumento significativo na atividade da GR, em relação aos peixes do grupo CTR. A atividade da GST e a geração de ERO reduziram significativamente apenas no grupo ATZ 10, enquanto os níveis de GSH e LPO diminuíram apenas no grupo ATZ 2. Ocorreu aumento nos danos no DNA dos eritrócitos e hepatócitos dos peixes do ATZ 10 e das células branquiais dos peixes do grupo ATZ 2. Nenhuma das concentrações de atrazina testadas promoveu alteração significativa da atividade da AChE, em nenhum período experimental. Assim, fica evidente que a atrazina, mesmo em baixas concentrações, compromete as vias de biotransformação e as defesas antioxidantes de P. lineatus e promove danos no DNA de eritrócitos e células das brânquias e do fígado.

ASSUNTO(S)

peixe - efeito dos herbicidas peixe - genética antioxidantes estresse oxidativo prochilodus lineatus biologia aquática fish effects of herbicides on fish genetics antioxidants

Documentos Relacionados