Calf performance and digestion, with the addition of acidifying or acid propionic in the ration / Desempenho e digestão em bezerros, com adição de acidificante ou ácido propiônico na ração

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Foram realizados cinco experimentos. Os três primeiros experimentos foram conduzidos com o objetivo de avaliar o efeito da inclusão de acidificante no leite, sucedâneo ou no concentrado sobre o consumo, o desempenho e características sanitárias de bezerros nas fases de aleitamento e pós-desaleitamento. No experimento 1 foram utilizados 62 bezerros mestiços, Holandês × Zebu e da raça Holandesa, do nascimento aos 60 dias, em média, e mantidos em baias individuais. Os animais foram alocados nos tratamentos: leite sem ou com adição de acidificante. Após os três primeiros dias, em que receberam o colostro, os animais foram aleitados por 56 dias, com cinco litros de leite/animal/dia, distribuídos em duas refeições, sendo três litros pela manhã e dois pela tarde. Para os animais que receberam o acidificante, este foi adicionado no momento do fornecimento do leite. A partir da segunda semana de idade foi fornecido concentrado inicial contendo 18% de proteína bruta. A adição de acidificante ao leite não influenciou (P>0,05) os consumos médios de matéria seca (MS) e proteína bruta (PB), que foram de 818 e 196g/animal/dia, respectivamente. A inclusão de acidificante ao leite também não proporcionou maiores ganhos de peso (P>0,05), sendo o ganho médio diário de 525 g/animal/dia, o que resultou numa eficiência alimentar média de 0,5. A adição de acidificante ao leite não apresentou melhora nas características sanitárias dos animais. No experimento 2 foram utilizados os mesmos animais utilizados do experimento 1, porém dos 60 dias até 120 dias. Os animais foram alocados nos tratamentos: concentrado pós-desaleitamento sem ou com adição de acidificante. Durante o período experimental, os animais receberam um concentrado pós-desaleitamento fornecido até o máximo de 2 kg/animal/dia, contendo ou não o acidificante, e feno, predominantemente, de capim coast-cross (Cynodon Dactylon) à vontade. A adição de acidificante ao concentrado não influenciou o consumo médio de MS e PB, que foi de 1,74 e 0,217 kg/animal/dia, respectivamente. A inclusão de acidificante ao concentrado também não proporcionou ganhos significativos, sendo o ganho médio diário de 513 g/animal/dia, o que resultou numa eficiência alimentar média de 0,07. A adição de acidificante ao concentrado não apresentou melhora nas características sanitárias dos animais. No experimento 3, que difere do experimento 1 por ter sido utilizado somente 16 animais e sucedâneo do leite no aleitamento dos animais, encontrou-se resultados semelhantes aos observados quando os animais foram aleitados com leite acidificado ou não. Assim, a utilização de acidificante para bezerros, no leite, sucedâneo ou concentrado pós-desaleitamento não resultou em efeitos benéficos. O experimento 4 foi conduzido com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes níveis de concentrado nas dietas sobre o consumo, características de digestão, passagem e aporte de nutrientes em bezerros. Foram utilizados 4 bezerros mestiços, Holandês × Zebu, com idade média de sete meses e 155 kg de peso vivo, distribuídos em quadrado latino (4 tratamentos × 4 períodos, sendo cada período de 16 dias). Os animais foram alimentados à vontade, na forma de dieta completa, contendo os níveis de 20, 40, 60 e 80% de concentrado, na base da MS. Utilizou-se na formulação das dietas o feno do capim coast-cross, milho grão moído, farelo de soja e mistura mineral, de tal forma que apresentassem teor médio de PB igual a 15,4%. Os níveis de concentrado influenciaram (P<0,05) os consumos de MS, matéria orgânica (MO), PB, extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), carboidratos totais (CT) e nutrientes digestíveis totais (NDT), expressos em kg/dia, %PV, e kg0,75. Quando expressos em kg/dia, os consumos de MS, MO, FDN e CT apresentaram comportamento linear, a PB e o NDT, quadrático. Os coeficientes de digestibilidades aparente totais da MS e PB foram quadraticamente influenciados pelos níveis de concentrado, enquanto os de MO, EE, FDN e CT apresentaram comportamento linear (P<0,05). Não foi observado efeito (P>0,05) para a concentração média de nitrogênio amoniacal, em função dos níveis de concentrado, para cada tempo de análise, sendo teor médio de 29,41 mg/dL de líquido de rúmen. Entretanto, para pH, observou-se influência (P<0,05), dos níveis de concentrado para os tempos analisados. Não foi observado efeito (P>0,05) para a concentração média de glicose, sendo teor médio de 87,28 mg/dL. Já para nitrogênio uréico sérico (NUS), observou-se comportamento linear negativo (P<0,05), em função dos níveis de concentrado, para cada tempo pósalimentação. Não foi observado efeito (P>0,05) para as estimativas das concentrações médias e das proporções dos ácidos graxos ácidos graxos avaliados, em função dos níveis de concentrado, para os tempos avaliados. A dinâmica de passagem de fluidos não foi afetada (P>0,05) pelos níveis de concentrado. Entretanto, a dinâmica de passagem do concentrado foi influenciada (P<0,05), cujos valores máximos estimados para a taxa de fluxo das partículas, tempo médio de retenção nos compartimentos RR e total, foram de 0,0472%h, 42,39h e 44,81h, para 53,35%; 53,37 e 53,95% de concentrado, respectivamente. Sugere-se, com base nos resultados, a utilização de uma relação volumoso concentrado para bezerros com a mesma idade dos utilizados no presente experimento igual a 60:40. O experimento 5 foi conduzido com o objetivo de avaliar o efeito da combinação de duas relações volumoso concentrado (RVC) associadas à infusão ruminal de ácido propiônico (IRAP) sobre o consumo, características de digestão, passagem e aporte de nutrientes em bezerros. Foram utilizados 4 bezerros mestiços, Holandês × Zebu, com idade média de sete meses e 161 kg de peso vivo, distribuídos em quadrado latino (4 tratamentos × 4 períodos, sendo cada período de 16 dias). Os tratamentos testados foram as RVC de 80 e 60% de volumoso, na base de MS associadas com IRAP ou não. Os animais foram alimentados à vontade, na forma de dieta completa. Utilizou-se na formulação das dietas o feno do capim coast-cross, milho grão moído, farelo de soja e mistura mineral, de tal forma que apresentassem teor médio de PB igual a 15,4%. A fonte de ácido propiônico foi produzida a partir da fermentação, pelo consórcio das bactérias do gênero Enterococcus sp. e Veillonella sp., do soro de leite resultante da produção de queijo reconstituído. Diariamente e juntamente com o fornecimento dos alimentos sólidos infundiram-se no rúmen dos animais distribuídos nos tratamentos contendo o ácido propiônico dois litros do composto de ácidos orgânicos contendo ácido propiônico como principal produto. Exceto para NDT, não houve interação (P>0,05) entre as RVC e a IRAP, para as variáveis MS, MO, EE, FDN e CT. Quando se analisa os efeitos dos fatores principais, de forma independente, observa-se que os consumos de MO, PB, EE e FDN, assim como NDT, sofreram efeito (P<0,05) da RVC utilizada. Não houve interação (P>0,05) entre as RVC e a IRAP sobre os coeficientes de digestibilidade aparente total para MS, MO, PB, EE, FDN e CT. Todavia, quando se observa os efeitos dos fatores principais, os coeficientes de digestibilidade da MS, MO, EE e CT foram influenciados pela RVC (P<0,05). Não houve interação (P>0,05), entre as RVC e a IRAP para a concentração média de N-NH3 e pH do líquido ruminal. Já a IRAP propiciou efeito sobre o pH quatro horas após a alimentação, sendo os maiores valores observados para os animais que receberam o ácido propiônico. Não se observou interação e tão pouco efeito dos fatores principais significativos (P>0,05) para as concentrações dos ácidos graxos voláteis presentes no líquido ruminal, para os níveis de glicose e nitrogênio uréico sérico, e para os parâmetros da dinâmica de passagem de fluidos e sólidos.

ASSUNTO(S)

nutrition nutrição desempenho Ácidos graxos bovino fatty acids performance calves avaliacao de alimentos para animais

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