Características clínicas e epidemiológicas de 123 casos de criptococose observados em Mato Grosso do Sul, Brasil
AUTOR(ES)
Lindenberg, Andrea De Siqueira Campos, Chang, Marilene Rodrigues, Paniago, Anamaria Melo Miranda, Lazéra, Márcia Dos Santos, Moncada, Paula Maria Frank, Bonfim, Gisele Facholi, Nogueira, Susie Andries, Wanke, Bodo
FONTE
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008-04
RESUMO
O perfil clínico-epidemiológico de 123 casos de criptococose diagnosticados no Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no período de janeiro de 1995 até dezembro de 2005, foi estudado retrospectivamente. Cento e quatro (84,9%) casos tinham associação com HIV, seis (4,9%) tinham outra condição predisponente e 13 (10,6%) eram imunocompetentes. Houve predomínio do sexo masculino (68,3%) e a idade variou de 19 a 69 anos (média de 35,9 anos). A maioria (73,2%) era natural e procedente de Mato Grosso do Sul. O envolvimento do sistema nervoso central ocorreu em 103 (83,7%) pacientes e os sintomas mais freqüentes foram cefaléia e vômitos. Em 77 casos foi possível identificar a espécie do agente, sendo 69 (89,6%) C. neoformans e oito (10,4%) C. gattii. O antifúngico mais utilizado foi anfotericina B (106/123) seguido de fluconazol em aproximadamente 60% dos casos. A taxa de letalidade foi de 49,6%, sendo 51% entre os pacientes infectados pelo HIV e 41,2% entre os não infectados pelo HIV (p > 0,005). Apesar da criptococose observada em nossa região apresentar comportamento semelhante ao descrito na literatura, chama a atenção a importante taxa da micose em imunocompetentes e cinco casos de infecção por C. gattii em pacientes HIV-positivos.
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