Caracterização das seqüências metavulcanossedimentares da porção leste da Província Mineral Carajás (PA)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Este trabalho apresenta o estudo de caracterização das seqüências metavulcanossedimentares da porção leste da Província Mineral Carajás (PMC) envolvendo análise estrutural, petrografia e geoqüímica. A área de estudo tem aproximadamente 4.000 km2 e está situada na região sudeste do estado do Pará, localizada na região leste-sudeste do cráton Amazonas no escudo Guaporé ou Brasil-Central. Nesse trabalho as seqüências metavulcanossedimentares da porção leste da província Carajás fazem parte do Grupo Rio Novo redefinido informalmente, apresentando continuidade N-S, distribuindo-se ao longo das regiões de Serra Leste e Serra do Rabo, e truncado e deformado pelo Granito Estrela. A unidade Rio Novo é dividida em três porções: (1) porção sedimentar, caracterizada pela predominância de rochas metassedimentares clasto-quimicas, composta principalmente por quartzitos e metasiltitos intercalados com camadas manganesiferas; (2) porção indivisa, onde predominam rochas metavulcanossedimentares anteriormente designadas pela unidade Complexo Xingu e (3) porção vulcânica-sedimentar, constituída essencialmente por rochas vulcânicas máficas e subordinadamente por FFs e anfibolitos. Representa a porção vulcânica e sedimentar-química da seqüência Rio Novo e hospeda corpos de minério de ferro de alto teor nos depósitos SLl e SL2 (Serra Leste). As rochas dessa porção constituem o principal objeto estudo da dissertação e são caracterizadas detalhadamente. As rochas vulcânicas máficas da região de Serra Leste apresentam composição basáltica, os constituintes primários são plagioclásio, piroxênio, quartzo e ilmenita, como mineralogia acessória ocorrem grãos de cobre nativo. Nos testemunhos de sondagem do depósito SLl localmente ocorrem porções hematitizadas da rocha máfica, a intensidade e o estilo das feições associadas ao processo de hematização variam, desde esteiras de óxidos de ferro com em média 0,1 mm de espessura, que ocorrem intercaladas ao longo de estruturas planares, até a rocha máfica contendo bolsões centimétricos de hematita compacta, também são muito comuns veios e venulações preenchidos por óxidos de ferro, constituídos principalmente martita lamelar contendo relictos de kenomagnetita, rnartita anédrica e hematita microlamelar. Na região de estudo as características texturais e composicionais das FFs variam, as FFs da porção sul apresentam estruturas diagenéticas e bandamento (e laminação) bem preservados. Na região do Platô da Água-Boa ocorrem jaspilitos enquanto as FFs do Depósito Cristalino, apresentam apenas relictos de jaspe nas bandas quartzozas. As FFs da porção norte da região são caracterizadas por apresentarem pouco ou nenhum jaspe . As FFs da Serra do Rabo próximas ao Granito Estrela e da região de Serra Leste encontram-se bastante deformadas em relação as demais. Próximo ao depósito SL 1 identifica-se uma foliação tectônica que transpõe/oblitera as estruturas primárias das FFs. As FFs que ocorrem no entorno do Granito Estrela, assim como as demais rochas associadas, experimentaram metamorfismo de contato compatível com as fácies holende hornfels,, em contraste com o metamorfismo regional da fácies xisto-verde-baixa, as FFs anfiboliticas compreendidas nessa região exibem textura granoblástica. A análise de imagens de satélite e radar, combinada com dados de trabalho de campo permitiu dividir a região de estudo em três domínios estruturais, definidos de acordo com as características do acervo estrutural e regimes de deformação predominantes em cada domínio. As características do acervo estrutural do Domínio - I sugerem condições de deformação regional por cisalhamento puro, com encurtamento aproximado na posição N-S. O Domínio Estrutural II apresenta características de interferência entre campos de deformação, tipo íntrusão-deformação coaxial. O Domínio Estrutural III é caracterizado por zonas de cisalhamento com movimentação predominante transcorrente sinistra1. Na região ocorrem estruturas primárias (diagenéticas) e secundárias (tectônicas) principalmente nas FFs. Em Serra Leste as características mesoscópicas das dobras provavelmente refletem o resultado da deformação regional, que gerou dobras com plano axial E- W e posteriormente foram rotacionadas no sentido anti-horário por influência da deformação associada ao Domo Estrela e/ou pela zona de cisalhamento do Cinzento. Na região do Platô do Cristalino as dobras foram medidas sistematicamente em cangas estruturadas, e no geral são de escala decimétrica, apresentando forma que pode variar entre elíptica e chevron, com eixo caindo em tomo de 50° para S-SE. Integrando os dados nas várias escalas de observação é possível definir um par sinformal-antiformal na região do Platô do Cristalino. Os dados geoquímicos de elementos traço sugerem que os basaltos da região de Serra Leste foram gerados em ambiente de arco vulcânico de ilhas. Levando em consideração esse ambiente tectônico é interpretado que as FFs da seqüência Rio Novo foram precipitadas em bacia retro-arco no mar marginal.

ASSUNTO(S)

geologia econômica - carajás, serra dos (pa) - teses rochas ígneas - carajás, serra dos (pa) - teses carajás, serra dos (pa) - teses  geologia - carajás, serra dos (pa) - teses formações (geologia) - carajás, serra dos (pa) - teses

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