Caracterização mineralógica e filiação da vermiculita da mina Cerrado III - Sanclerlândia - GO

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Esta dissertação aborda o estudo da vermiculita do corpo ultramáfico Cerrado III, que possui forma elíptica e dimensões em torno de 300 x 150m, com orientação NW-SE, intrudido em biotita gnaisses pertencentes ao Complexo Granito-Gnáissico. Ocorre na região , ao sul do Arco da Serra Dourada, a oeste da falha de Sanclerlândia/São Luís de Montes Belos de São Luís de Montes Belos e a oeste dos Complexos Máfico-Ultramáficos de Mangabal I e II. O corpo Cerrado III, a exemplo de outros pequenos corpos máfico-ultramáficos existentes nesta região, pertence à Suíte Máfico-Ultramáfica Americano do Brasil, inserida no Arco Magmático de Goiás, de idade neoproterozóica. O manto de alteração intempérica sobre o corpo Cerrado III é de, aproximadamente, 12 m de espessura, marcado por minerais típicos e hidrobiotita. O lençol freático oscila em torno dos 20m de profundidade. Até este nível, a rocha se apresenta inconsistente permitindo a lavra mecânica. A partir daí, a alta coesão da rocha inviabiliza a lavra, apesar da mineralização de vermiculita avançar em profundidade. O objetivo deste estudo foi a caracterização da vermiculita do corpo Cerrado III, seu modo de ocorrência, tipos litológicos, filiação e seu comportamento nas diferentes etapas de concentração. A metodologia utilizada envolveu estudo de amostras de diversos pontos da Usina Industrial de Beneficiamento, assim como da mina, em diferentes estágios de evolução da cava através das técnicas de geoquímica em rochas e em palhetas, difração de raios-X, microscopia ótica e eletrônica. A caracterização permitiu a individualização de dois tipos de minério, aos quais foram dadas nomenclaturas em função da paragênese e das rochas ígneas de origem: Piroxenito hidrotermalizado e Peridotito hidrotermalizado. Este estudo permitiu ainda a obtenção de evidências de filiação hidrotermal para esta vermiculita, a partir da que sustentam essa hipótese são: localização da alteração de anfibólios. As evidências mineralização apenas em uma faixa externa, na borda do corpo ultramáfico; ausência de auréola de concentração de biotita na encaixante, que seria utilizada como fonte para a vermiculita; formato das seções basais das lamelas (mantendo preservados o hábito e clivagens do mineral máfico); preservação das exsoluções de ripas de ilmenita segundo orientação das clivagens do mineral máfico original; ausência de minerais micáceos nas análises por DRX; teores de K geralmente inferiores a 0,05%; associação mineral: olivina bem preservada, carbonato, talco, anfibólio e vermiculita, mesmo a profundidades abaixo de do nível máximo de flutuação do lençol freático (20m); ocorrência de mineralização de vermiculita em altos teores na rocha isenta de intemperismo, até profundidades em torno de 32m, onde foi possível investigar.

ASSUNTO(S)

petrologia minério difração de raios-x rochas máficas-ultramáficas mineralogia geologia alteração hidrotermal vermiculita

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