Caracterização nutricional da fibra alimentar soluvel e insoluvel do feijão "carioca 80 SH" em dietas experimentais com ratos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/04/1994

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo estudar a composição química e algumas das propriedades nutricionais dos componentes hidrossolúveis e insolúveis da fibra alimentar do feijão, Phaseolus vulgaris, "Carioca 80 SH”. Os grãos integrais do feijão Carioca 80 SH" apresentaram conteúdo total de fibra alimentar estimado, pelo método de Schweizer e Würsch, em 17,05 % do peso seco, sendo 6,00 % de fração solúvel e 11,05 de fração insolúvel. Uma fração polissacarídea fibrosa, apresentando altas hidratabilidade e viscosidade, foi extraída dos grãos integrais, através da solução aquosa contendo o ácido tricloroacéttco, e foi estimada em cerca de 4,0 %(Fração VI) do peso seco, dos quais, 2, 5 % eram fibra ali inent ar so1úvel £ Fração VII), Os polissacarídeos solúveis da fibra alimentar (Fraçao VII) foram degradados, no mínimo em é 65.0 % pelo trato gastrointestinal de ratos, aparentemente por fermentação microbiana. Enquanto que a fibra padrão de celulose, ao contrário, foi degradada em grau reduzidos Um grau mínimo de hidrólise de aproximadamente 9,0 % foi determinado para a celulose (padrão) ingerida. Em alguns dos parâmetros nutricionais avaliados em ensaios com ratos, os componentes solúveis e os insolúveis da fibra tiveram efeitos diferenciados. A ingesta dos ratos alimentados com dieta contendo a Fração VI ou VII, com altas hidratabilidade e viscosidade, foi entre 15,6 a 29,5 % menor (p <0.05) do que a dos ratos em dietas contendo celulose, utilizada como referência . O peso seco das fezes, tanto em valor absoluto (g de resíduo fecal) como em taxa de excreção da dieta (TexRF, em %), e o volume das mesmas, foram menores (p<0,05) também naqueles ratos. A TexRF foi 23.0 – 63.9 % menor (p <0,05) nos ratas alimentados com as frações altamente hidratáveis e viscosas. Os ratos em dieta contendo a Fração VI ou VII, com altas hidratabi1idade e viscosidade, tiveram dificuldades para defecar. A Fração VII, fibra alimentar solúvel com altas hidratabilidade e viscosidade, resultou em menor (p<0,05) digestibilidade aparenta para a proteína e menor (p <0,05) taxa de absorção intestinal para os minerais da dieta, comparada ao padrão de celulose, o acréscimo de celulose (padrão) de 3 % para 9 %, em substituição ao amido, nas dietas experimentais isoprotéicas e que tinham a caseína como fonte primária de proteína diminuiu significativamente (p <0,05) , em 8,6% o grau de retenção protéica , tanto da caseína ingerida (NPUa) como da absorvida (VBaP), mas, não teve qualquer efeito característico no grau de digestibilidade aparente da caseína. Porém, quando se incorporou à dieta a fibra de celulose (padrão) de maior densidade (após tratamento térmico), ocorreu diminuição significativa (p <0,05) no grau de digestibilidade (2,0%) e no grau de retenção (3,8 % da caseína ingerida. Os resultados do balanço de nitrogênio não foram consistentes o suficiente para estabelecer se os componentes solúveis ou □s insolúveis da fibra alimentar do feijão "Carioca 80 SH” afetaram o grau de utilização, peio organismo dos ratos, da caseína da dieta.

ASSUNTO(S)

fibras feijão

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