Carcinoma de mama hereditario em mulheres brasileiras : mutações dos genes BRCA1 e BRCA2, polimorfismos dos genes de reparo do DNA e caracterização imunoistoquimica pela tecnica de Tissue Microarray

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

OBJETIVOS: Identificar mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 em uma população brasileira com câncer de mama hereditário; analisar a freqüência de polimorfismos nos genes XRCC1, XPD, XRCC3 e RAD51 em um grupo de pacientes brasileiras e sua associação com a susceptibilidade ao câncer de mama; analisar expressão das proteínas p63, CK5 e P-caderina em cânceres de mama familiar e esporádico. MÉTODOS: Este estudo teve componentes do tipo transversal e do tipo caso-controle. Foram constituídos quatro grupos: pacientes com câncer hereditário de mama; pacientes com câncer de mama esporádico; mulheres sem câncer de mama e com história familiar positiva de câncer de mama e/ou ovário; mulheres sem câncer de mama e sem história familiar de câncer de mama e/ou ovário. Foram coletados 10ml de sangue periférico para a realização de técnicas moleculares, nomeadamente Single Strand Conformation Polymorphism (SSCP) e Seqüenciação Direta. Espécimes de câncer de mama, conservados em blocos de parafina, foram selecionados no Laboratório de Patologia do Hospital das Clínicas/Unicamp, Brasil e no Laboratório de Patologia do Hospital São João/Universidade do Porto, Portugal, totalizando 168 casos. Dos blocos doadores foram extraídos cilindros de 2mm de diâmetro e depositados nos blocos de parafina receptores, usando Tissue Microarrayer (Beecher Instrumensts, Silver Spring, Maryland). Nestes cortes foi feita a pesquisa dos marcadores de diferenciação do fenótipo basal/mioepitelial. RESULTADOS: Foram identificadas quatro mutações (13%), sendo uma mutação no gene BRCA1 e três no gene BRCA2. No BRCA1 foi encontrada uma mutação do tipo frameshift. Duas mutações do BRCA2 são tipo nonsense e a outra do tipo unclassified variant. Não houve associação estatisticamente significante entre os alelos e genótipos dos polimorfismos dos genes de reparo do DNA, XRCC1, XPD, XRCC3 e RAD51. O câncer de mama familiar mostrou diferenças estatisticamente significantes do fenótipo imunoistoquímico dos marcadores de células basais/mioepiteliais (P-caderina, p63 and CK5), em relação aos cânceres esporádicos. CONCLUSÃO: Foram identificadas uma mutação no gene BRCA1 e três mutações no gene BRCA2 em mulheres com câncer de mama e história familiar de câncer de mama, o que correspondeu a uma freqüência de 13% (4/31). Não foi observada associação da susceptibilidade ao câncer de mama com os polimorfismos dos genes XRCC1, XPD, XRCC3 e RAD51 em um grupo de pacientes brasileiras. Os marcadores p63, CK5 e P-caderina foram mais freqüentemente expressos no câncer de mama familiar. A melhor caracterização do câncer familiar como entidade biológica distinta do câncer esporádico pode ser uma ferramenta útil para selecionar mulheres que deveriam submeter-se ao rastreamento de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2.

ASSUNTO(S)

prevalencia biologia molecular doenças hereditarias imunohistoquimica

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