Carcinomas, alterações proliferativas e não proliferativas da mama contralateral em mulheres com as mesmas lesões simultaneas da mama epsolateral

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

o propósito deste trabalho foi, principalmente, identificar a prevalência de carcinoma e de alterações epiteliais proliferativas e não-proliferativas em 207 pacientes que foram submetidas a biópsias volumosas e mastectomias subcutâneas da mama contralateral sem alterações clínicas e/ou radiológicas, efetuadas simultaneamente ao tratamento cirúrgico local da mama ipsolateral. Além disso, procurou-se identificar na mama ipsolateral alguns elementos que auxiliassem na previsão da biópsia positiva ha mama oposta, tais como o tamanho do tumor, estado axilar, estádio patológico, tipo histológico do tumor e multifocalidade, assim como a idade das pacientes na ocasião do diagnóstico de câncer. Como propósito final, procuramos identificar, no tecido benigno da mama ipsolateral, a presença de lesões epiteliais proliferativas típicas e atípicas como elementos que auxiliassem na previsão da presença das mesmas lesões na mama contralateraL Encontramos uma prevalência de 6,8% de carcinomas, 5,3% de lesões proliferativas atípicas, 51,2% de lesões proliferativas sem atipias e 36,7% de alterações não-proliferativas na mama contralateral. O nosso estudo demonstrou que mulheres acima de 50 anos tiveram uma tendência maior a apresentarem carcinomas e lesões proliferativas atípicas na mama contralateral. O tamanho do tumor, estado axilar e estádio patológico ipsolaterais não influenciaram na detecção de carcinomas ou alterações proliferativas e não-proliferativas contralaterais. A presença de câncer c ontralateral ocorreu de forma estatisticamente significativa para o tipo histológico lobular ipsolateral, sendo demonstrada uma tendência maior à presença de lesões epiteliais proliferativas atípicas contralaterais também com o carcinoma lobular ipsolateral. O carcinoma in situ ocorreu mais freqüentemente na mama oposta, independentemente do tumor ipsolateral ter sido in situ ou invasivo. Nós demonstramos também que o câncer contralateral esteve presente, de forma altamente significativa, nos casos de focos múltiplos de carcinoma in situ ipsolateral, especialmente do tipo lobular, o mesmo tendo acontecido com as lesões proliferativas àtípicas. Houve uma tendência à presença maior das lesões proliferativas sem atipias na mama oposta, no grupo de focos "múltiplos de carcinoma ductal in situ da mama ipsolateral. Por último, demonstramos que a presença de lesões epiteliais proliferativas contralaterais apresentou uma correlação direta com as mesmas lesões ipsolaterais de forma altamente significativa. Acreditamos que, atualmente, não haja mais lugar para a biópsia da mama oposta aparentemente normal, principalmente com a aceitação generalizada do tratamento cirúrgico conservador do câncer de mama. É fundamental que seja feito um seguimento cuidadoso destas pacientes, com exames físicos e mamografias periódicas, que deverá ser mais rigoroso nas mulheres pertencentes ao grupo de alto risco para o desenvolvimento de carcinoma invasivo contralateral. O nosso trabalho contribuiu para que sejam colocadas também neste grupo de alto risco as pacientes portadoras de lesões epiteliais proliferativas diagnosticadas através do exame histológico meticuloso e de rotina do tecido não-tumoral da mama ipsolateral

ASSUNTO(S)

mamas - doenças - diagnostico mamas - cancer anatomia patologica

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