Characterization of barnyardgrass (Echinochloa crusgalli) biotypes resistant and susceptible to quinclorac and development of a quick test for the identification of resistance / Caracterização de biótipos de capim-arroz (Echinochloa crusgalli) resistentes e suscetíveis ao quinclorac e desenvolvimento de método para detecção rápida da resistência

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O gênero Echinochloa é o mais importante entre as gramíneas infestantes associadas ao arroz irrigado, em função de sua adaptabilidade ao ecossistema da cultura. Dentre os herbicidas utilizados na lavoura de arroz está o quinclorac, mimetizador de auxina, que reúne flexibilidade na aplicação (pré e pós-emergência), eficiência de controle de Echinochloa spp. e Aeschynomene spp., baixa toxicidade ao homem e animais, e seletividade à cultura do arroz. Os biótipos de capim-arroz resistentes ao herbicida quinclorac estão amplamente distribuídos nas áreas arrozeiras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, onde as práticas de manejo se caracterizam por cultivos intensivos, baseados no controle químico de plantas daninhas e ausência de rotação de culturas. Objetivou-se com estes trabalhos caracterizar biótipos de capim-arroz (Echinochloa crusgalli) resistentes e suscetíveis ao quinclorac e desenvolver método para detecção rápida da presença de resistência em biótipos desconhecidos. Todos os experimentos foram instalados em ambiente controlado. No primeiro experimento, os tratamentos constaram de densidades de plantas dos biótipos de capim- arroz comprovadamente resistente (ECH-13) e suscetível (ECH-17) ao quinclorac, oriundos da região arrozeira de Itajaí/SC. No centro da unidade experimental, uma planta do biótipo, considerado como o tratamento, foi mantida competindo com o número de plantas do biótipo oposto na periferia de acordo com o tratamento (0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas por vaso). Aos 40 dias após a emergência (DAE), foi avaliada a altura de plantas, número de afilhos e de folhas, área foliar, massa fresca e seca e conteúdo de água de colmos e folhas de ambos os biótipos. No segundo experimento, os tratamentos consistiram em manter uma planta de arroz da variedade BRS Pelota no centro da unidade experimental, competindo com 0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas do biótipo resistente ou suscetível na periferia. Condutância estomática de vapores de água, pressão de vapor na câmara sub-estomática, temperatura e taxa transpiratória da folha, eficiência do uso da água pela relação entre quantidade de CO2 fixado pela fotossíntese e a quantidade de água transpirada foram avaliados aos 50 DAE. No terceiro experimento, os tratamentos foram compostos por doses de quinclorac (0; 0,5; 1; 2; 4; 16 e 64 mg L-1), aplicadas na parte aérea ou raízes das plântulas dos biótipos de capim- arroz resistente e suscetível ao herbicida, dez dias após a emergência. O comprimento, massa fresca e seca da parte aérea e das raízes das plantas foram avaliados aos 40 dias após a emergência. O quarto experimento foi composto por duas fases, uma em casa de vegetação (teste padrão) e outra em laboratório (teste rápido). No ensaio em laboratório, sementes de quatro biótipos de capim-arroz, caracterizados como resistentes ou suscetíveis ao quinclorac, foram semeadas em papel germitest umedecido com soluções de 0; 3,75; 18,75; 37,5; 187,5; 375 e 1875 mg L-1 do herbicida durante 14 dias a 25 oC. Em casa de vegetação os mesmos biótipos foram cultivados em vasos com capacidade de 10 L de solo. As plantas foram submetidas a aplicação de quinclorac nas doses de 0; 5,5; 187,5; 375; 750; 1500 e 3000 g ha-1. Neste ensaio, aos 25 DAE, foram avaliadas a massa seca e altura de plantas. No ensaio em laboratório, a percentagem de sobrevivência aos 7 dias após semeadura (DAS), massa seca e o comprimento da parte aérea das plantas foram avaliadas aos 14 DAS. Os biótipos de capim- arroz resistente e suscetível ao quinclorac estudados são similares em relação ao potencial competitivo quando sob alta intensidade de competição. Entretanto, em algumas variáveis o biótipo suscetível se mostrou superior sob baixa ou moderada intensidade de competição. As plantas de arroz são afetadas de forma similar por ambos os biótipos avaliados. Comparando a produção de massa seca das diferentes partes da planta do biótipo suscetível, por local de aplicação do herbicida, verificou-se que a ação do quinclorac é maior quando aplicado às raízes das plantas. Todavia, para o biótipo resistente, em função da alta tolerância deste ao quinclorac (superior a 128 vezes a dose recomendada) não foi possível determinar a dose que causa 50% de redução no acúmulo de massa seca (GR50), nem o índice de resistência (RI) entre ambos os biótipos. Este fato evidencia que a resistência do biótipo avaliado ao quinclorac pode decorrer da alteração no local de ação do herbicida. O teste em laboratório para constatação da ocorrência da resistência é mais rápido, exige menos tempo, recursos humanos e materiais, com a mesma eficiência que o teste em casa de vegetação, e com a vantagem adicional de permitir aferições quanto ao nível de resistência entre biótipos resistentes.

ASSUNTO(S)

resistance fitotecnia planta daninha arroz irrigado resistência herbicidas weeds irrigated rice herbicides

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