Ciclagem de nutrientes e variações do microclima em plantações de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden manejadas através de desbastes progressivos. / Nutrient cycling and variations of microclimate within a eucalyptus grandis hill ex maiden plantation of a progressive thinning management.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

O presente trabalho aborda a ciclagem de nutrientes e aspectos do microclima em plantações de Eucalyptus grandis de 20 anos, manejadas pelo método CCT, em 3 intensidades de desbaste (T0 = 0%, T1 = 67% e T2 = 83% de desbaste). As áreas de estudo localizam-se na Fazenda Santa Terezinha, propriedade da empresa Eucatex S.A., no município de Bofete – SP. O clima da região é do tipo Cwa, segundo a classificação de Köpen, e o solo é classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo transição para Areia Quartzosa. Em relação aos aspectos microclimáticos, verificou-se que os tratamentos desbastados (T1 e T2) interceptaram menos luz que os tratamento testemunha (T0). Seus valores de radiação fotossinteticamente ativa e ILR (%) foram, em geral, maiores que os do T0. As temperaturas mensais variaram pouco entre os tratamentos. O T2 apresentou a maior amplitude térmica, e as temperaturas médias foram ligeiramente superiores às dos demais tratamentos. Em todas as profundidades (0-5, 6-30 e 31-60 cm), o T0 manteve os maiores teores de umidade do solo. A deposição de serapilheira (estudada de outubro de 1998 a setembro de 1999) foi estatisticamente semelhante entre os tratamentos, embora os tratamentos com desbaste (T1 e T2) tenham depositado quantias ligeiramente maiores. Os teores de nutrientes e a sua transferência, pela deposição mensal de serapilheira, foram em geral mais altos nos tratamentos com desbaste. As taxas de deposição anual nos tratamentos T0, T1 e T2 foram de 10,2; 10,9; 10,4 t/ha/ano, respectivamente. A biomassa de serapilheira acumulada sobre o solo foi de 18,1 t/ha no T0, 13,4 t/ha no T1 e 14,8 t/ha no T2. Nos tratamentos com desbaste, os teores médios anuais de nutrientes da serapilheira acumulada foram geralmente iguais ou maiores que os do T0; porém, seus estoques foram inferiores aos do T0. A decomposição da serapilheira foi mais rápida nos tratamentos com desbaste, provocando menores acúmulos desta sobre o solo. Os estoques de P, K, Ca e Mg no solo foram superiores nos tratamentos desbastados (principalmente no T1). Devido à sua lenta velocidade de decomposição e imobilização dos nutrientes na camada de serapilheira, o T0 apresentou os menores estoques de nutrientes no solo (exceto para N). A aplicação de desbastes progressivos em povoamentos de eucaliptos, quando manejados em regimes de ciclos mais longos do que usualmente vem sendo aplicados atualmente (5 - 6 anos), podem favorecer a reciclagem dos nutrientes que entram no ecossistema, conservando mais eficientemente seus estoques no sistema (solo + serapilheira) e contribuindo para manter a produtividade do sítio.

ASSUNTO(S)

decomposition decomposição eucalipto microclima eucalyptus ciclagem de nutriente thinning microclimate ecologia florestal nutrient cycling forest ecology desbaste

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