COMO E PORQUE LER POESIA EM SALA DE AULA / HOW AND WHY POETRY SHOULD BE READ IN THE CLASSROOM

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Esta é uma pesquisa vinculada ao GP Cultura, Escola e Educação Criadora, ligada à linha de pesquisa Cultura, Tecnologia, e Processos de Aprendizagens. Ela investigou quais eram as estratégias de ensino, nos termos de Candido (2005) e Resende (1997), para o emprego do poema em sala de aula e as concepções que as respaldam. Realizamos um estudo descrevendo algumas manifestações das concepções de poesia na contemporaneidade e discutimos a função estética do poema na contemporaneidade, tendo em vista que o poema é um objeto estético. Por meio de fichamentos e anotações buscou-se estabelecer uma leitura sistemática para aprofundamento da temática em estudo. Esta pesquisa é bibliográfica, e por meio de referenciais teóricos como Paz (1993) e Vazquez (1992), buscou-se dar sustentação às discussões sobre a poesia como objeto estético e sensível. No primeiro livro analisado, de Vânia Maria Resende, Literatura infanto-juvenil: vivências de leitura e expressão criadora, a autora detalhou variadas estratégias de como se trabalhar de forma lúdica e criativa o poema em sala de aula. Suas atividades estavam voltadas para crianças de 1 à 4 do ensino fundamental, e foram organizadas em forma de oficinas, utilizando atividades relacionadas com a música, o teatro, o desenho, charges e outras atividades com sons, imagens, e outros elementos que tinham como objetivo, segundo a pesquisadora, fazer com que o estudante se tornasse um indivíduo mais humano e sensibilizado esteticamente pela poesia. Se analisarmos sua concepção de poesia, notaremos que a autora acredita que a literatura é arte, e que o poema é um objeto estético. Percebe-se que as atividades e estratégias utilizadas por Resende em sala de aula tinham como essência a valorização dos processos estéticos em sala de aula. Por outro lado, o poema sempre deflagrava uma atividade de produção, como desenho, maquete, dramatização, etc. Sendo assim, podemos concluir que as estratégias empregadas denotam um conflito entre o fruir a obra esteticamente e explorá-la pedagogicamente. Para Antonio Candido (2005), a poesia não é somente objeto que o analista manipula, mas faz parte de um todo maior: as circunstancias da sua composição, o momento histórico, a cultura, a biografia do autor, o gênero literário, as tendências estéticas de seu tempo. Nota-se a preocupação do autor em trabalhar todos os elementos que refletem o contexto social e cultural da produção, as questões ligadas à preferência dos autores e fatores que interferem na forma como a obra foi concebida. Torna-se importante para compreendermos as análises de Candido, perceber que sua concepção é delineada para a compreensão dos elementos mais pertinentes no poema. Para explorar as suas características, o analista praticamente disseca os pormenores de cada texto poético, explicando em cada um dos elementos expostos no texto, sua importância e sua relevância para a compreensão do leitor. No entanto, sua opção, neste livro não é por uma abordagem estética. O autor não ignora esta função do poema, mas esta obra se dedica a uma análise mais voltada ao arcabouço de sustentação do poema

ASSUNTO(S)

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