Contribuição ao estudo de um esquema poliquimioterapico : efeitos sobre linfocitos de sangue periferico, provenientes de pacientes com carcinoma de mama
AUTOR(ES)
Fatima Aparecida Bottcher Luiz
DATA DE PUBLICAÇÃO
1989
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo principal avaliar o potencial tóxico das drogas que compõem o esquema CMF (Ciclofosfamida, metotrexato e 5-fluoruracila), sobre os linfócitos de sangue periférico, provenientes de pacientes com carcinoma de mama em estadio clínico II ou III, mastectomizadas, e que se utilizaram desse esquema como tratamento adjuvante pós-cirúrgico. Para tanto, foram realizadas coletas de sangue periférico de 13 pacientes, em quatro ocasiões pré-estabelecidas: antes do 1º ciclo de quimioterápicos, 30 minutos após a aplicação do mesmo, antes da aplicação do 4º ciclo e uma coleta final feita 6 a 9 meses após o término do tratamento protocolado. O grupo controle foi constituído de 29 indivíduos sadios, com Idade entre 20 e 45 anos, e que não se utilizaram de qualquer medicação nos últimos três meses anteriores à coleta do sangue periférico. Após a cultura dos leucócitos por 72 horas, o material foi preparado segundo as técnicas convencionais de citogenética, para a avaliação do índice mitótico (IM) e estudo cromossômico. Paralelamente, uma duplicata de cada cultura foi utilizada para a realização dos esfregaços e posterior avaliação da transformação blástica (TB). Os resultados obtidos possibilitaram o estabelecimento de valores médios percentuais para o grupo controle, de 66% para a TB, 15% para o IM, 1% para as aberrações numéricas e 4% para as aberrações estruturais. Nesse grupo, a presença do plasma autólogo revelou-se importante na expressão das variáveis TB e IM, cujos percentuais estiveram sempre aumentados, quando comparados aos cuItivos realizados na ausência do mesmo. As pacientes apresentaram, antes de iniciarem o tratamento, percentuais de TB não diferidos estatisticamente do controle, enquanto que os de IM estavam em média, inferiorizados em relação a este. Nesse grupo (antes do 1º ciclo) verificou-se a existência de dois comportamentos distintos, no que se refere à atuação do plasma autólogo: um com resposta blastogênica semelhante ao controle e outro com resposta aumentada nas culturas onde o plasma autólogo estava ausente. Esses dados sugerem a existência de algum fator inibidor da resposta, presente no plasma dessas pacientes. Logo após a aplicação do primeiro ciclo, os percentuais de TB permaneceram inalterados, mas os valores de IM mostraram-se sensivelmente diminuídos nas pacientes que receberam CMF. Com o prosseguimento do tratamento, os valores alterados retomaram os níveis iniciais, prévios ao tratamento. Com relação às alterações cromossômicas numéricas, o grupo de pacientes revelou um percentual médio aumentando (6%), em relação aos controles, mesmo antes de iniciarem o tratamento, sugerindo o caráter constitucional destas. As alterações observadas nas amostras subseqüentes não diferiram estatisticamente dos valores obtidos na amostra inicial, sugerindo ainda que o esquema CMF, não deve afetar significativamente este tipo de aberração. Com relação às aberrações estruturais observadas, o grupo de pacientes não se mostrou diferido do controle. As aberrações estruturais manifestaram-se estatisticamente alteradas logo após a aplicação do primeiro ciclo, mas retornaram aos padrões iniciais na amostras correspondentes à coleta final. De acordo com os resultados obtidos, parece que o esquema CMF não induz a formação de clones anômalos estáveis, detectáveis pela metodologia empregada neste trabalho
ASSUNTO(S)
cancer - quimioterapia mamas - cancer
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000053001Documentos Relacionados
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