Crioglobulinemia na hepatite crônica C: aspectos clínicos e resposta ao tratamento com interferon alfa e ribavirina
AUTOR(ES)
Parise, Edison Roberto, Oliveira, Ana Cláudia de, Ferraz, Maria Lúcia, Pereira, Aparecido Bernardo, Leite, Kátia Ramos
FONTE
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-04
RESUMO
INTRODUÇÃO: A crioglobulinemia mista (CM) representa importante complicação extra-hepática da hepatite C. Nesse estudo avaliamos sua prevelência em pacientes com hepatite C crônica (HCC) e relacionamos sua presença com aspectos clínicos e resposta ao tratamento com interferon alfa e ribavirina. CASUÍSTICA E MÉTODOS: 202 pacientes consecutivos com HCC (136 com hepatite crônica e 66 com cirrose) foram avaliados para a presença de CM. Os crioprecipitados foram caracterizados por imunoeletroforese e classificados de acordo com BROUET et al. RESULTADOS: A prevalência de CM nessa população foi de 27% (54/202), e, desses, 24% (13/54) apresentaram manifestações clínicas maiores da doença. Embora MC tipo III tenha sido a forma mais freqüentemente encontrada, a doença sintomática foi mais comum entre os pacientes com MC tipo II. A presença de cirrose (RR = 2,073; IC95% = 1,029 - 4,179; p = 0,041) e a idade do paciente (RR = 1,035; IC95% = 1,008 - 1,062; p = 0,01) estiveram independentemente associadas à presença de CM. Não houve associação entre a presença de CM e genótipo ou carga viral do vírus C. No total, 102 pacientes foram tratados com interferon alfa e ribavirina. Desses, 31 apresentavam CM. A resposta virológica sustentada (em torno de 30%) não diferiu entre pacientes com e sem CM (p = 0,971). CONCLUSÃO: CM é uma freqüente complicação na HCC, especialmente em pacientes com idade avançada e com cirrose hepática. Apenas 24% desses pacientes apresentam manifestações clínicas da doença, sendo mais freqüentes entre portadores de CM tipo II. A presença de crioglobulinemia não afetou a resposta virológica ao tratamento com interferon alfa e ribavirina.
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