Cristianismo e decadence

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

o propósito básico deste estudo é procurar compreender a vontade débil a partir da relação conceitual entre a décadence e o Cristianismo. Para trilhar tal caminho, é imprescindível que sigamos as pegadas de Nietzsche, desenvolvendo uma crítica à religião, mais especificamente ao Cristianismo. O estudo tem início com a discussão acerca do fenômeno da crença religiosa, buscando o seu significado e fundamento. Um dos alicerces básicos deste primeiro momento é a atenção dedicada à estruturação do conceito de fé, tal como aparece em O Anticristo. Desenvolvida esta questão, num segundo momento procuramos compreender a vontade débil a partir do Cristianismo - segundo Nietzsche, melhor representante desse tipo de vontade. Alicerçamos este estudo na configuração do Cristianismo como um "mau inimigo", nos conceitos de "corrupção da vontade" e "compaixão" - elementos conceituais de importância considerável na caracterização do Cristianismo desenvolvida por Nietzsche. Esta discussão encaminha para o desenvolvimento do capítulo que trata do conceito de décadence. O estudo tem início com a apresentação do que Nietzsche considera sua "experiência pessoal com a décadence", da qual ele se considera um "mestre". Na seqüência do capítulo, aprofundamos a discussão do conceito de décadence, apresentando a influência que Nietzsche teve da leitura da obra Essais de psychologie contemporaine, de Paul Bourget, a partir das críticas que faz à Richard Wagner, em O Caso Wagner. Talvez seja nessas críticas que se pode perceber de uma forma melhor sistematizada as características do processo de décadence. Processo este que encontra na vontade asceta o seu melhor representante e no Cristianismo a sua melhor sustentação. Feitas discussões conceituais básicas, no final do capítulo procuramos mostrar, nas pegadas de Nietzsche, o Cristianismo como "religião da décadence". Por fim, no quarto e último capítulo, buscamos perceber os fundamentos da afirmação de que o Cristianismo é o principal represente da décadence, a partir de sua origem e caracterização histórica. Para tanto, seguimos o percurso conceitual desenvolvido por Nietzsche em O Anticristo, passando pela história de Israel, a interpretação do tipo psicológico de Jesus e sua desfiguração histórica, cujo principal responsável foi o apóstolo Paulo. Uma das principais preocupações da filosofia de Nietzsche foi a denúncia de um tipo de vontade que se quer forte negando os fundamentos da própria força, na afinnação de valores que enfraquecem o tipo homem.E aqui nos deparamos com o Cristianismo, como a religião responsável pela universalização desses valores. Desenvolvendo o percurso teórico apresentado neste estudo, procuramos compreender alguns dos traços da indignação filosófica nietzscheana

ASSUNTO(S)

philosophy cristianismo - filosofia friedrich wilhelm 1844-1900 fe e razão faith and reason nietzsche christianity

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