Demanda de oxigênio da mineralização de detritos refratários de macrófitas aquáticas.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Neste estudo avaliaram-se demandas de oxigênio da mineralização de Cyperus giganteus e Salvinia auriculata coletadas na lagoa do Óleo (21 26 S e 47 49 W), Luiz Antonio, SP. No experimento com C. giganteus avaliou-se a influência da idade do detrito no consumo de oxigênio durante a decomposição; além da idade do detrito, o experimento com S. auriculata verificou a presença de sedimento como fonte de nutrientes e microorganismos e a presença de oxigênio na decomposição prévia dessa macrófita. Para tanto, foram preparadas incubações (com água da lagoa e amostras das macrófitas) que foram mantidas sob condições controladas; a 20oC, no escuro e sob condições de aerobiose (sendo periodicamente reoxigenadas). Os resultados do experimento de mineralização de C. giganteus indicaram que os processos de mineralização aeróbia dos detritos integrais consumiram elevadas qauntidades de oxigênio em um curto período; enquanto que os detritos refratários geraram um demanda de oxigênio 2,3 vezes menor. Dessa forma, esses detritos tendem ao acúmulo no sedimento da lagoa do Óleo e produzem no longo prazo, baixas demandas de oxigênio dissolvido até que sejam colmatados, tornando-se constituintes permanentes do sedimento. Os experimentos com S. auriculata, indicaram que durante a decomposição aeróbia dos detritos de S. auriculata (que ocorre nas camadas superficiais da lagoa do Óleo), a demanda bentônica de oxigênio não foi incrementada pela presença dos microrganismos e nutrientes liberados pelo sedimento. Em relação à idade do detrito, 180 dias de decomposição prévia parecem ser suficientes para a observação de mudanças nas concentrações de oxigênio consumido, uma vez que foi possível observar um menor consumo de OD na decomposição desses detritos quando comparados a detritos mais novos. A decomposição prévia sob condições aeróbias influenciou a velocidade do processo de consumo de oxigênio; os detritos decompostos previamente em anaerobiose apresentaram valores mais altos de coeficientes de desoxigenação, provavelmente relacionados a uma maior desagregação das fibras. Dessa forma, as mudanças nas condições de oxigenação que podem ocorrer na superfície do sedimento da lagoa podem resultar em mudanças nas velocidades dos processos de decomposição aeróbia, e, conseqüentemente, nos tempos de meia-vida do consumo de oxigênio da decomposição de macrófitas aquáticas.

ASSUNTO(S)

ecologia decomposição matéria orgânica particulada estação ecológica de jataí (sp) macrófitas aquáticas ecologia modelos matemáticos

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