Deposição diária e sazonal de gordura subcutânea em Phacellodomus rufifrons (Wied) (Aves, Furnariidae)

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Zoologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Aves que habitam regiões temperadas acumulam gordura a fim de sobreviver às condições extremas da noite. Níveis de deposição de gordura nessas aves aumentam ao longo do dia e atingem um pico no entardecer e diminuem ao longo da noite, quando a alimentação não é possível. Aliado a isso, existe o aumento estacional dos depósitos de lipídeos assim que o inverno se aproxima, e permite que a ave sobreviva naquela estação. Pouco se conhece sobre esses padrões em aves tropicais. O presente trabalho verifica a dinâmica de deposição de gordura de Phacellodomus rufifrons (Wied, 1821), um furnarídeo (Passeriformes, Furnariidae) endêmico da região Neotropical, em um ambiente tropical bastante sazonal, o cerrado do sudeste do Brasil. O trabalho de campo foi realizado entre agosto de 2001 a julho de 2002, no Parque Nacional da Serra do Cipó, município de Jaboticatubas, Minas Gerais. Os dados de gordura subcutânea foram classificados visualmente em aves capturadas. Foram estabelecidas quatro categorias para a variação da gordura subcutânea depositada na cavidade da fúrcula. Foi encontrado um aumento significativo nos níveis de gordura ao longo do dia, como para espécies de regiões temperadas, mas não ouve variação ao longo das estações do ano. A massa corporal média não variou ao longo do ano e nem ao longo do dia. Os resultados mostram que variações diárias no cerrado podem atuar como fator de estresse que pode desencadear a adaptações fisiológicas para atravessar a noite. Por outro lado, variações estacionais podem ser balanceadas pelo habito dos indivíduos de P. rufifrons pernoitarem durante todo o ano dentro do ninho, um comportamento relativamente raro entre os Passeriformes.

ASSUNTO(S)

cerrado engorda de inverno peso corporal sazonalidade serra do cipó

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