Detectabilidade da fauna atropelada : efeito do método de amostragem e da remoção de carcaças

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Os monitoramentos de fauna atropelada realizados atualmente desconsideram a influência da remoção de carcaças e da detectabilidade na magnitude dos atropelamentos. Este trabalho tem como objetivo avaliar diferenças na detecção da fauna atropelada e na probabilidade de remoção das carcaças em função do grupo taxonômico. A hipótese é de que grupos como anfíbios e aves são subamostrados em função de seu menor tamanho, tendo altas taxas de remoção e menor número de visualizações. Visando avaliar o efeito da detectabilidade, o número de carcaças registradas foi comparado em monitoramentos a pé e de carro. No experimento da remoção de carcaças, a rodovia foi monitorada durante quatro dias consecutivos e registramos a permanência de cada carcaça. Encontramos diferença significativa entre os dois métodos de amostragem com relação à abundância de indivíduos de cada grupo taxonômico. A permanência das carcaças na rodovia variou significativamente em função do grupo taxonômico. Estes resultados confirmam que há subamostragem nos monitoramentos da fauna atropelada ao desconsiderar, nas estimativas de magnitude, as carcaças removidas em dias anteriores e a baixa detectabilidade utilizando-se veículo. Ao contrário do que é normalmente assumido, a detectabilidade e a remoção de carcaças não são homogêneas entre diferentes classes de tamanho e entre táxons. Grupos de animais como os anfíbios, que tem baixo período de permanência e baixa detectabilidade, deveriam ser considerados no planejamento de medidas mitigadoras.

ASSUNTO(S)

animais silvestres atropelamentos

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