Diagnostico e monitorização da infecção ativa por citomegalovirus em transplantados alogenicos de celulas progenitoras hematopoeticas
AUTOR(ES)
Sandra Helena Alves Bonon
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004
RESUMO
Neste estudo, monitorizamos 69 pacientes receptores de medula óssea e de células progenitoras periféricas, alogênicos, HLA idênticos, desde o pré-transplante até 150 dias após o transplante, semanalmente com as técnicas de PCR dupla e antigenemia e mensalmente com sorologia tipo ELISA (IgM e IgG) contra o HCMV, incluindo os doadores no pré-transplante. Quarenta e cinco pacientes do Grupo A, sendo 38 adultos e 7 crianças, que possuíam doenças hematológicas malignas e status sorológico de risco, receberam profilaxia universal com ganciclovir; e vinte e quatro pacientes do Grupo B, sendo 14 adultos com anemia aplástica e 10 crianças (7 com doenças hematológicas malignas e 3 com anemia aplástica) não receberam profilaxia com ganciclovir. Se a vigilância laboratorial era positiva (2 ou mais amostras de PCR positivas consecutivas ou 1 ou mais células antígeno-positivas por antigenemia), terapia precoce com ganciclovir era administrada, seguida de doses de manutenção nos pacientes de ambos os grupos. Como resultados obtidos após a monitorização, nos pacientes do Grupo A, 36/45 pacientes tiveram infecção ativa pelo HCMV detectada por AGM e/ou PCR. A probabilidade de antigenemia positiva até o dia +150 foi de 53% e por PCR foi de 71,3% (P=0,04). O teste de PCR não se mostrou mais precoce na detecção da infecção ativa pelo HCMV do que a antigenemia nos pacientes deste grupo (54 e 62 dias, respectivamente, P=NS). A sensibilidade e a especificidade da antigenemia foi de 58% e 64,3%, respectivamente, usando a PCR como padrão-ouro. Nos pacientes do Grupo B, 19/24 pacientes tiveram infecção ativa pelo HCMV detectada por AGM e/ou PCR. A probabilidade de positivação da antigenemia foi de 66,7% e da PCR dupla foi de 67,2% (P=NS). O teste de PCR mostrou-se mais precoce do que a antigenemia na detecção da Infecção Ativa por HCMV nos pacientes do Grupo B (24 e 34 dias, respectivamente, P=0,03). A sensibilidade e a especificidade da antigenemia foi de 81,2% e 62,5%, respectivamente, usando a PCR dupla como padrão-ouro. Doença por HCMV ocorreu em 2/45 pacientes (4,44%) do Grupo A (casos de gastrite), e foram tratados com sucesso pelo ganciclovir. No Grupo B, 4/24 pacientes (16,7%) tiveram doença por HCMV. Um desses pacientes teve coriorretinite, dois tiveram gastrite e um teve pneumonia intersticial. Dois óbitos por HCMV ocorreram neste grupo (50%), sendo que um por gastrite inicial e outro por pneumonia intersticial, ambos com disseminação sistêmica posterior. Neste trabalho, o uso da profilaxia universal com ganciclovir pareceu retardar o aparecimento da infecção ativa, pois atrasou a positividade dos testes, quando comparado ao grupo que não recebeu profilaxia. Contudo, nenhum impacto favorável foi observado no grupo de pacientes que recebeu profilaxia universal com ganciclovir, em relação à infecção ativa pelo HCMV, doença e sobrevida. Outra observação foi em relação ao comportamento dos testes diagnósticos nos pacientes tratados com ganciclovir, onde a PCR dupla demonstrou-se mais precoce, porém, na maioria dos casos, a antigenemia confirmou o diagnóstico. Nossos resultados sugerem que tanto a antigenemia quanto a PCR podem ser utilizadas como marcadores precoces para a introdução da terapia antiviral específica
ASSUNTO(S)
virus reação em cadeia de polimerase etc medula ossea - transplante de orgãos tecidos
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000331091Documentos Relacionados
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