Diagnóstico molecular da hanseníase com biomarcadores ML0024 e 85B pela PCR em tempo real

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/11/2010

RESUMO

Hanseníase é uma doença espectral, causada pelo Mycobacterium leprae, cujo diagnóstico é clínico-laboratorial, realizado por meio de técnicas baciloscópicas de baixa sensibilidade e especificidade, que não detectam o bacilo nas formas paucibacilares (PB). No presente estudo foram testados marcadores moleculares por qPCR, com a finalidade de auxiliar o diagnóstico da doença, principalmente na forma PB. O DNA total de biópsia de lesão de pele foi extraído de 185 pacientes virgens de tratamento. A qPCR foi realizada utilizando pares de primers para amplificação da sequência ML0024 e 85B do genoma do bacilo. Ambos marcadores foram altamente específicos. A detecção do DNA do bacilo pela qPCR ML0024 e qPCR 85B foi 59,45% (110/185) e 57,29% (106/085), respectivamente, enquanto o Índice Baciloscópico (IB) de esfregaço dérmico e de lesão de pele detectaram, respectivamente, a presença do bacilo em 45,94% (85/185) e 44,86% (83/185) dos casos. Dentre todos os casos negativos para o IB de esfregaço dérmico, a qPCR ML0024 e qPCR 85B detectaram a presença do DNA do bacilo em 26,00% (26/100) e 23,00% (23/100), respectivamente. Entre aqueles negativos para o IB de lesão de pele, a qPCR ML0024 foi positiva em 27,45% (28/102) e a qPCR 85B em 23,52% (24/102). Observou-se diferença significativa entre a positividade dos testes moleculares e os dois testes baciloscópicos (p<0,0001) para as formas clínicas T, DT- e DT+. A concordância entre os resultados da qPCR ML0024 e qPCR 85B foi superior a 90,00% e apresentou excelente replicabilidade. Entre os testes baciloscópicos e os testes moleculares as concordâncias observadas foram superiores a 80,00%. Quanto à análise quantitativa, observou-se correlação positiva entre as formas clínicas e a carga bacilar. Os marcadores moleculares avaliados neste estudo possuem igualmente o mesmo número de cópias no genoma, são específicos, apresentam praticamente o mesmo tamanho de amplicon e possuem comportamentos semelhantes, embora não apresentando diferenças significativas na sensibilidade. Portanto, esse trabalho vem corroborar com a classificação de Ridley-Jopling (1966) mostrando a presença de DNA do M. leprae em amostras cujos testes baciloscópicos foram negativos; correlacionando-se diretamente com a carga bacilar de cada forma clínica do espectro da doença, ampliando o diagnóstico de certeza na hanseníase.

ASSUNTO(S)

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