Diversidade de borboletas frugívoras (Lepidoptera: Nymphalidade [i. e. Nymphalidae]) e avaliação do uso de armadilhas atrativas associadas à marcação e recaptura em ambientes de Mata Atlântica, Maquiné, RS, Brasil
AUTOR(ES)
Teixeira, Melissa Oliveira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
O presente trabalho objetivou inventariar borboletas frugívoras através de armadilhas atrativas, método para o qual não se tem registro do uso estandartizado no Rio Grande do Sul. Foram realizadas saídas a campo no Vale do Rio Maquine (29º35’S 50º16’W GR) RS, Brasil, de dezembro/2006 a abril/2007. Duas trilhas foram amostradas: mata em estágio intermediário de regeneração (MI) e mata preservada (MP). Foram calculados estimadores analíticos de riqueza, índices de diversidade, dominância e similaridade. Foram amostrados 684 indivíduos (N) em 34 espécies (S) (MI: S=27 e N=429 e MP: S=25 e N=255). Os estimadores de riqueza indicaram que 70-80% da fauna foi amostrada. Mais de 70% dos indivíduos pertencem a apenas cinco espécies, revelando a alta dominância. Hamadryas epinome (C. Felder & R. Felder, 1867) foi a espécie mais abundante, com dominância acentuada em MI. Mais de 50% das espécies foram compartilhadas. Índices de similaridade (Jaccard = 053 e Morisita = 0,85) indicam semelhança entre trilhas. Comparando os resultados com inventário realizado com rede entomológica, concomitantemente e nas mesmas áreas, obteve-se abundância e riqueza bastante superior em relação a guilda de frugívoras capturada com armadilhas, ressaltando a importância do uso de armadilhas para o real conhecimento desta guilda. Houve associação significativa entre método de captura e abundância das subfamílias (P < 0,001). Entre as quatro espécies mais abundantes, 21 a 59%, dos indivíduos foram recapturados pelo menos uma vez. Dados sobre longevidade foram surpreendentes, indicando sobrevivência além do esperado e conhecido para borboletas frugívoras neotropicais: por ex., H epinome, apresentou longevidade registrada de 128 e 129 dias (máximo registrável no período de estudo). Catoblepia amphirhoe (Hübner, [1825]), Penetes pamphanis Doubleday, [1849], Caligo brasiliensis (C. Felder, 1862), foram registros novos para Maquiné. Face o ineditismo dos dados, espera-se que o Presente estudo seja base para futuras pesquisas com esta guilda específica, da qual pouco Se conhece no Rio Grande do Sul.
ASSUNTO(S)
mata atlântica baited traps borboletas lepidoptera conservation maquiné (rs) dominance nymphalidae hamadryas epinome diversidade animal
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/17680Documentos Relacionados
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