Diversity of mirmecofauna and succession forest in Amazônia - Acre, Brazil / Diversidade da mirmecofauna e sucessão florestal na Amazônia – Acre, Brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O conhecimento sobre a diversidade de formigas em diferentes ecossistemas é ferramenta importante para o entendimento das relações ecológicas e dos efeitos antrópicos sobre estes ambientes. A estrutura da comunidade de plantas é um dos fatores responsáveis pela determinação e por mudanças na riqueza e na composição da mirmecofauna. Os objetivos deste estudo foram: 1) confeccionar a primeira lista de formigas para o Estado do Acre e analisar sua diversidade nos ambientes estudados; 2) avaliar os efeitos do processo de sucessão florestal sobre a riqueza e composição da mirmecofauna em uma área de floresta Amazônica no Estado do Acre. A amostragem foi efetuada em remanescente florestal denominado Reserva Experimental Catuaba, em áreas de: floresta primária (mata); floresta secundária com aproximadamente 16 anos (capoeira); floresta secundária experimentalmente desmatada, queimada e limpa (regeneração) e área de fazendas (matriz) constituída por um mosaico no perímetro da reserva. Efetuou-se 240 coletas por área com armadilhas “pitfall”, totalizando 2.400 coletas dos Formicidae, de junho de 2001 a janeiro de 2005. Concomitantemente, efetuou-se o levantamento florístico e a análise de 10 variáveis da estrutura da vegetação que foram correlacionadas com a riqueza da mirmecofauna. Nas áreas desmatadas de capoeira (regeneração) avaliaram-se as mudanças na flora e na estrutura da vegetação bem como da mirmecofauna durante os estágios sucessionais. Foram coletados 106.018 espécimes distribuídos em 8 subfamílias, 57 gêneros e 276 espécies. A riqueza encontrada foi: mata (267); capoeira (123); regeneração (164) e matriz (172). Os valores do índice de Shannon-Wiener (H’) para a mata (4,29), capoeira (3,61), regeneração (3,47) e matriz (3,06) sugerem que os ambientes de floresta primária possuem maior diversidade do que as demais áreas. Das 276 espécies de formigas coletadas, cerca de 69 distribuídas em 35 gêneros não ocorreram nas áreas que foram perturbadas pelo corte e queima da vegetação. A recomposição da mirmecofauna foi observada com a recuperação da vegetação, mas nunca nos padrões antes do impacto, sendo agora encontradas espécies de formigas com hábitos mais generalistas e capazes de se adaptarem às modificações ocorridas. As variáveis altura de árvore; densidade de árvores; área basal; cobertura de dossel; densidade de arbustos; complexidade e heterogeneidade foram preditoras para a riqueza da mirmecofauna. As variáveis densidade de troncos, circunferência de árvores, altura de arbusto, densidade de colmo e riqueza da flora, não apresentaram relação significativa com a riqueza da mirmecofauna. As variáveis altura de árvore, circunferência de árvores e cobertura de dossel foram as melhores variáveis preditoras para a riqueza da fauna nas três áreas de regeneração. A riqueza florística nas áreas e nas séries temporais não foi preditora para a riqueza da mirmecofauna. A distância espacial entre as áreas não afetou a composição da mirmecofauna. De modo geral a similaridade florística e a similaridade faunística se correlacionaram sugerindo que a flora é uma variável importante para explicar a composição da fauna de formigas nas áreas estudadas.

ASSUNTO(S)

amazonas forest natural regeneration floresta amazônica riqueza e composição da vegetação de formigas vegetation structure estrutura da vegetação ecologia aplicada richness and composition of the ant vegetation regeneração natural

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