Efeito da dexametasona veiculada por stent biodivysio DD PC sobre a hiperplasia neo-intimal em artéria coronária : uma avaliação ultra-sonográfica / Effect of dexamethasone driven by Stent Biodivysio DD PC on neo-intimal coronary artery hyperplasia: an ultrasonographic evaluation

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A reestenose ainda é o principal problema da angioplastia coronária, como ficou evidente nas revisões angiográficas dos primeiros procedimentos feitos por Gruntzig. Desde então se procura a solução. Várias drogas administradas por via sistêmica foram testadas, mas com nenhuma se obteve êxito. Aterectomia, angioplastia com raios laser e braquiterapia foram introduzidas com a expectativa de solução, mas o percentual de reestenose pouco foi alterado, e a braquiterapia − que mostrara resultados melhores − veio adicionar outras complicações, entre elas a estenose de bordos (reestenose em “papel de bala”) e trombose aguda. Os stents introduzidos nesse arsenal terapêutico reduziram acentuadamente o processo reestenótico mas não o extinguiram. Recentemente embebidos com as drogas sirolimus e paclitaxel, vem apresentando excelentes resultados quando comparados com as próteses comuns. Stents com essas características representam o mais recente e eficiente avanço na terapêutica da reestenose intra-stent. O objetivo desta pesquisa foi testar uma droga com grande potencial antiinflamatório, portanto com mecanismo de ação diferente, e verificar sua ação bloqueadora na formação da hiperplasia neo-intimal, fator esse responsável pela reestenose intra-stent. Fez-se uma pesquisa duplo-cega randomizada, para a qual se selecionou uma amostra com 133 indivíduos distribuídos em dois grupos, num dos quais 49 indivíduos receberam Stent Biodivysio DD PC Stent impregnado com dexametasona, enquanto 51 receberam o mesmo tipo de stent, porém embebido com soro fisiológico. Antes e depois dos implantes os indivíduos foram examinados com ultra-som intracoronário. Em um período de tempo que variou de 6 a 18 meses, os pacientes foram reestudados com angiografia e ultra-som, para comparação das variáveis ultra-sonográficas de interesse, principalmente o volume de hiperplasia neo-intimal e a percentagem de obstrução do stent nos dois grupos. Os pacientes que receberam stent embebido com dexametasona mostraram grau de hiperplasia neo-intimal menor do que aqueles que receberam stent sem a droga (23,78±23,48 mediana 15,20 versus 35,12±30,50 mediana 27,75) (p=0,068); o grau de obstrução intra-stent também foi menor no grupo da dexametasona (15,91±13,46 mediana 13,02 versus 22,13±14,62 mediana 19,64) (p=0,024). Contudo esses dados foram maiores do que os que vêm sendo obtidos com o sirolimus e paclitaxel, o que permite concluir que o stent Biodivysio DD PC embebido com dexametasona não diminui a formação de hiperplasia neointimal; diminui a porcentagem de volume de obstrução e não diminuiu a taxa de reestenose intra-stent.

ASSUNTO(S)

vasos coronários dexametasona

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