Efeito do armazenamento na germinação, na resposta do fitocromo e no conteudo de carboidratos em aquenios de Bidens gardneri Baker, uma especie herbacea do cerrado

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Bidens gardneri Baker é uma espécie herbácea dos cerrados, cujos aquênios são fotoblásticos a 25°C, mas tornam-se indiferentes à luz quando armazenados em solo. Por isso, objetivo deste estudo foi verificar as causas da perda da fotossensibilidade dos aquênios armazenados em solo e em condições refrigeradas (4°). A perda da fotossensibilidade dos aquênios de B. gardneri pode ser causada pelo teor de umidade, temperaturas altas durante a germinação e tempo de armazenamento e interação entre estes fatores. Os resultados mostraram que não há diferença na taxa de embebição dos aquênios a 4°C, 25°C e a 20/30°C. O teor de água dos aquênios curtos, médios e longos coletados em Itirapina é semelhante ao dos aquênios de Mogi Guaçu. Alto teor de umidade não afeta a fotossensibilidade dos aquênios durante a germinação mas alto teor de umidade associado a temperaturas de armazenamento de 25°C e de 20/30°C tem efeito deletério na longevidade dos aquênios. Aquênios embebidos e armazenados a 4°C por até 30 dias mantém a viabilidade. Portanto, alto teor de umidade das sementes é uma das principais causas na baixa germinação de sementes na maioria da espécies. Sementes com alto teor de umidade tem sido usado por várias espécies tropicais como uma estratégia para manter a viabilidade. O teor de umidade inicial presente nos aquênios desta espécie é fundamental no controle da viabilidade e do fotoblastismo. Por isso, o período de secagem dos aquênios é importante para a preservação do fotoblastismo. Temperaturas alternadas durante germinação não mudam afotossensibilidade dos aquênios recém-coletados de Itirapina mas alteram a fotossensibilidade dos aquênios embebidos e armazenados a 4°e no escuro. A temperatura de 30oe durante a germinação promoveu a perda da fotossensibilidade dos aquênios médios e longos. Esta temperatura também alterou a dormência e aumentou a germinação dos aquênios curtos. Temperaturas de 15°C e 40ºCe não promoveram a germinação dos aquênios. A temperatura alta de 35°e promoveu a remoção do Fve pré existente dos aquênios embebidos através da reversão no escuro. A fotossensibilidade foi alterada com este processo, porque estes aquênios germinaram no escuro. Aquênios desta espécie respondem ao aumento mínimo de irradiância (através da curva de fluência/resposta) e a flutuações de temperatura, o que explica a perda da sensibilidade à luz durante o armazenamento em solo e a 4°C. A quantidade de açúcares no tegumento dos aquênios difere entre os aquênios recém-coletados e aquênios armazenados após um ano a 4°e, mas o conteúdo de açúcares no cotilédone mais eixo embrionário é semelhante entre as duas épocas de coleta. Portanto, pode-se afirmar que a mobilização de açúcares "ocorre durante o armazenamento a 4°e e que estes estão sendo usados na respiração dos aquênios. A espessura do tegumento dos aquênios curtos é uma barreira para a entrada de luz, mas não é barreira para a entrada de água. Os aquênios curtos desta espécie permanecem dormentes após a dispersão durante a estação seca como uma estratégia de estabelecimento, porque serão estes aquênios curtos que irão produzir plântulas na próxima estação chuvosa. Uma característica observada foi que o período de floração, frutificação e maturação dos aquênios da população de Itirapina é diferente da população de Mogi Guaçu. A fotossensibilidade dos aquênios de Itirapina é perdida após sete meses de armazenamento a 4°C e os de Mogi Guaçu após 14 meses. Todavia, estas diferenças entre populações de Itirapina e Mogi Guaçu, não podem ser afirmadas para outras populações desta espécie, porque somente partes de uma população de Itirapina e uma de Mogi Guaçu foram estudadas. Para afirmar que existem diferenças, outras populações das duas áreas teriam que ser estudadas

ASSUNTO(S)

germinação armazenamento flora dos cerrados

Documentos Relacionados