Efeito do bloqueio de COX-1 e de COX-2 sobre a carga parasitária, produção de óxido nítrico e estresse oxidativo de eritrócitos durante a fase aguda da infecção experimental por Trypanosoma cruzi

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A infecção com o T. cruzi provocou aumento na porcentagem de reticulócitos no sangue periférico dos camundongos C57BL/6 em relação aos camundongos normais (12,5 ± 1,4 vs 7,6 ± 0,6). Os camundongos C57BL/6 infectados e tratados com celecoxibe aprsentaram no dia 12 pós infecção um aumento no número de reticulócitos (22 ± 2,2 vs 12,5 ± 1,4) em relação aos controles (infectados não tratados), o que não foi verificado com os outros inibidores de COX utilizados. A infecção também provocou aumento na porcentagem de reticulócitos no sangue periférico dos camundongos BALB/c em comparação aos animais normais (14,0 ± 1,5 vs 6,8 ± 2,9). O tratamento com indometacina aumentou cerca de 1,5 vezes a porcentagem de reticulócitos no sangue daqueles animais. Estes dados sugerem que produtos do metabolismo gerados via COX-2 estariam suprimindo a produção de reticulócitos durante a fase aguda da infecção experimental com o T. cruzi. Em adição, nossos dados mostram claramente que macrófagos obtidos da cavidade peritoneal de camundongos BALB/c infectados produzem espontaneamente muito menos óxido nítrico (NO) em relação aos macrófagos oriundos de camundongos C57BL/6 também infectados. O aumento da carga parasitária e morte precoce dos camundongos C57BL/6 e a tendência de queda da parasitemia e prolongamento da sobrevivência dos camundongos BALB/c, quando tratados com indometacina ou Asa podem ser mais bem compreendidos quando consideramos às diferenças na produção de NO mencionadas anteriormente e os efeitos dos diferentes inibidores utilizados sobre a produção de NO. O tratamento com indometacina não modificou a produção espontânea de NO por macrófagos obtidos de camundongos C57BL/6, mas provocou o aumento da produção de NO em macrófagos obtidos de BALB/c (que apresentaram tendência de diminuição da parasitemia no sangue e no aumento da sobrevida). Já o tratamento com Asa provocou diminuição da produção de NO por macrófagos de camundongos C57BL/6 (esses apresentaram 50% de morte no período do experimento). O tratamento de camundongos BALB/c infectados com Asa provocou aumento de NO o que poderia explicar a tendência observada no controle da parasitemia por parte destes animais Em adição, há evidências sugerindo que as miocardites chagásicas são devidas aos danos induzidos pelo estresse oxidativo, podendo contribuir para a evolução da doença de Chagas em humanos e animais de laboratório. Em doenças infecciosas, a formação de espécies reativas do oxigênio (ROS) é, principalmente, derivada de danos celulares mediados pela invasão e replicação do patógeno e por reações citotóxicas mediadas pelo sistema imunológico. No entanto, como as ROS são formadas e sua função no estresse oxidativo na cardiomiopatia chagásica (CCM) não estão completamente elucidadas. As evidências atuais dão ênfase para as anormalidades mitocondriais como a disfunção da cadeia de transporte de elétrons para explicar o aumento do estresse oxidativo na doença de Chagas. A análise do estresse oxidativo por quimiluminescência iniciada por tert-butil hidroperóxido, mostrou claramente que o estresse oxidativo em eritrócitos que se desenvolve no camundongo C57BL/6 infectado com T. cruzi é atenuado com o bloqueio farmacológico tanto de COX-1 como de COX-2. Em relação ao camundongo BALB/c a quimiluminescência mostrou que o tratamento com as NSAIds utilizadas não foi capaz de reduzir o estresse oxidativo em eritrócitos de camundongos infectados. Estes dados sugerem que o mecanismo gerador do estresse oxidativo que ocorre na fase aguda da infecção com T. cruzi depende da capacidade do hospedeiro em responder á infecção por meio da alta produção de NO e ROS. CONCLUSÕES: Nossos dados não deixam dúvidas de que na fase inicial da infecção com T. cruzi ocorre um aumento da lipoperoxidação de eritrócitos. Mostramos que o bloqueio de COX atenua a lipoperoxidação de eritrócitos no início da infecção com T cruzi (12º dia pós-infecção).

ASSUNTO(S)

oxidative stress estresse oxidativo tripanossoma cruzi Óxido nítrico trypanosoma cruzi nitric oxide

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