Efeito do CPAP sobre o stress oxidativo e níveis de adiponectina em pacientes obesos com apnéia obstrutiva do sono / CPAP effect on stress oxidative and adiponectin levels in obese patients with obstructive sleep apnea

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A obesidade é tida como o principal preditor para o desenvolvimento da apnéia obstrutiva do sono (AOS). Tanto a obesidade, como a AOS estão associadas a maior prevalência de doenças cardiovasculares e alguns fatores comuns às duas doenças são considerados como responsáveis por esta ligação, como o aumento no stress oxidativo, do tônus simpático e da resistência à insulina. Para o tratamento da AOS, o uso do CPAP é a principal escolha, melhorando a qualidade do sono destes indivíduos. No entanto, os efeitos fisiológicos sobre outras variáveis vêm sendo bastante pesquisados nos últimos anos. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi verificar o efeito do CPAP sobre o stress oxidativo e níveis de adiponectina em pacientes obesos portadores de AOS. Foram estudados pesquisa 29 pacientes, classificados como obesos (IMC = 30kg/m2), do sexo masculino, com idade entre 25-70 anos, divididos em 3 grupos: a) Grupo I: 10 indivíduos sem AOS (índice apnéia-hipopnéia-IAH = 5), que não tiveram AOS diagnosticada após a realização da polissonografia; b) Grupo 2: 10 portadores de AOS de moderada a grave (IAH = 20) que não fizeram o uso do CPAP, por não se adaptarem ao aparelho ou por terem optado pelo tratamento cirúrgico, após o prazo de 2 meses; c) Grupo 3: 9 portadores de AOS de moderada a grave (IAH = 20) que fizeram o uso do CPAP. Foram pacientes com indicação, acesso e adaptação (no mínimo 4h por noite, durante dois meses) ao CPAP. O grupo 3 apresentou diferenças significativas antes e após o uso do CPAP, nas seguintes variáveis: redução na produção de superóxido [13,2 (10,3-19,6) vs. 10,5 (5,8-11,8) nmoles O2- /2x106 PMN] e aumento na síntese de nitritos e nitratos séricos [24,5 (16,7-33,5) vs. 49,5 (39,3-58,1) uM] e nos níveis plasmáticos de adiponectina [4,4 (4,2-5,6) vs. 5,3 (4,4-6,1) ug/mL]. Também foram verificadas correlações positivas entre a produção de superóxido e o índice apnéia-hipopnéia (IAH) (r= 0,726154; p= 0,000431), entre os níveis de nitritos e nitratos séricos e de adiponectina (r= 0,68809886; p= 0,001127), entre a produção de superóxido e o HOMA-IR (r= 0,833409; p= 0,000009), entre o entre o IAH e o HOMA-IR (r= 0,8570778; p= 0,000002). Foram observadas correlações negativas entre o índice IAH e os níveis de nitritos e nitratos séricos (r= -0,867078; p= 0,000002), entre a produção de superóxido e de óxido nítrico (r= -0,92733221; p= 0,000000), entre a produção de superóxido e os níveis de adiponectina (r= -0,77373778; p= 0,000102), entre o IAH e os níveis de adiponectina (r= -0,70782095; p= 0,000698) entre a os níveis de nitritos e nitratos séricos e o HOMA-IR (r= -0,813984; p= 0,000002). De acordo com os resultados do presente trabalho, podemos concluir que: a) Os indivíduos obesos portadores de AOS apresentam aumento na produção de superóxido, redução nos níveis de nitritos e nitratos séricos e adiponectina, e resistência à insulina; b) As alterações na produção de superóxido, nos níveis de nitritos e nitratos séricos e de adiponectina e a resistência à insulina presentes na obesidade, são agravadas pela apnéia obstrutiva do sono e c) O uso do CPAP é capaz de melhorar as elevações na produção de superóxido, as reduções nos níveis de nitritos e nitratos séricos e adiponectina e as alterações metabólicas presentes nos pacientes obesos portadores de AOS.

ASSUNTO(S)

apnéia do sono tipo obstrutiva homens obesity obesidade adiponectina oxidative stress obstructive sleep apnea adiponectin men stress oxidativo

Documentos Relacionados