Efeito do DMTI-II, um inibidor de Kunitz isolado das sementes de Dimorphandra molli na resposta inflamatória pulmonar alérgica em ratos / Effect of DMTI-II, a Kunitz-type inhibitor isolated from Dimorphandra mollis in pulmonary allergic inflammation in rats

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/08/2010

RESUMO

DMTI-II é um inibidor de serinoproteinase do tipo Kunitz, isolado a partir das sementes de Dimorphandra mollis, uma árvore da família Leguminosae-Mimosoidea, com ampla distribuição nas regiões do cerrado brasileiro e popularmente conhecida por causar toxicidade em gados. Dados preliminares do nosso laboratório mostraram que DMTI-II causa um marcante influxo de eosinófilos após 4 horas de injeção, na cavidade peritoneal de ratos, um tempo no qual este tipo celular não é comumente observado com agentes inflamatórios clássicos. No sentido de ampliar nossos conhecimentos sobre o recrutamento eosinofílico em resposta ao DMTI-II, passamos a usar um modelo experimental no qual esta célula exerce papel fundamental, que é o de sensibilização e desafio com ovalbumina (OVA). O objetivo deste estudo é investigar os efeitos da exposição das vias áreas ao DMTI-II sobre o recrutamento de leucócitos para o pulmão de ratos sensibilizados e desafiados com OVA. Ratos Wistar foram sensibilizados através de injeção subcutânea de OVA. Quatorze dias após, os ratos sensibilizados foram submetidos a instilações intranasais de DMTI-II (10 µg) ou PBS estéril (grupo controle). Após 2, 4 e 16 h de exposição ao DMTI-II, os animais foram desafiados com OVA. O lavado broncoalveolar (LBA), o sangue e a medula óssea foram coletados 24 horas após o desafio antigênico com OVA. Em grupo separado, os animais foram expostos ao DMTI-II 4 h após o desafio com OVA. De acordo com os resultados, a pré-exposição ao DMTI-II nos tempos de 4 e 16 h aumentou significativamente o recrutamento de eosinófilos no LBA de ratos desafiados com OVA. A pré-exposição de 2 e 4 h ao DMTI-II também promoveu aumento significativo do número de neutrófilos no LBA de ratos desafiados com OVA; entretanto, o número de células mononucleares não foi significativamente alterado. No sangue, a préexposição de 2 e 4 h ao DMTI-II aumentou significativamente o número de eosinófilos em ratos desafiados com OVA. Na medula óssea, a pré-exposição de 4 e 16 h ao DMTI-II, isoladamente, aumentou de forma significativa o número de eosinófilos, sendo esse aumento potencializado em ratos desafiados com OVA no tempo de 4h. A pós-exposição ao DMTI-II aumentou o número de eosinófilos e neutrófilos no LBA e no sangue de ratos desafiados com OVA. Além disso, o número de eosinófilos foi superior quando comparado ao protocolo de pré-exposição. Por outro lado, a pós-exposição ao DMTI-II não afetou o número de eosinófilos na medula óssea de animais desafiados com OVA. No LBA ou soro de ratos desafiados com OVA, notamos uma elevação significativa nos níveis de IgE, IL-4, eotaxina e LTB4. Porém, a exposição ao DMTI-II elevou somente os níveis de IL-4 nos animais desafiados com OVA. A pré- e pós-exposição das vias aéreas ao DMTI-II exacerba a inflamação pulmonar alérgica, com aumento do influxo de células polimorfonucleares. A capacidade do DMTI-II em recrutar eosinófilos está associada, provavelmente àspropriedades alérgicas dos inibidores de proteinases do tipo Kunitz.

ASSUNTO(S)

asma eosinofilos medula ossea inflamação pulmões asthma eosinophils bone marrow inflammation lungs

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