Efeito do uso de um selante interno de tetos na profilaxia de novas infecções intramamárias durante o período seco e no pós-parto. / Prophylaxis of new intramammary infections during the dry and early lactation periods by the use of an internal teat sealant.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este é o primeiro estudo desenvolvido no Brasil para demonstrar a eficácia de um selante interno de tetos na proteção de quartos mamários contra infecções intramamárias (IIM). O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de um selante interno de tetos à base de subnitrato de bismuto na profilaxia de novas IIM adquiridas durante o período seco, a taxa de cura neste período e o número de IIM durante as três primeiras semanas após o parto. Foram observados os efeitos deste selante interno de tetos quando usado isoladamente ou quando em associação com um antibiótico intramamário para vacas secas à base de gentamicina e compararam-se estes efeitos com os do mesmo antibiótico utilizado isoladamente. A seleção dos animais foi baseada no California Mastitis Test (CMT) e análise microbiológica de amostras de leite de cada quarto mamário. Foram analisados dois grupos: G1, quartos livres de IIM (n=215) e G2, com infecção intramamária (n=105). Foram coletadas amostras de leite de 320 quartos mamários (80 vacas, seis granjas leiteiras) em quatro ocasiões: sete dias antes da secagem, à secagem, oito e 21 dias pós-parto. Todas as amostras foram analisadas por CMT e cultura microbiológica. No momento da secagem, exatamente após a última ordenha, um quarto foi infundido com o selante interno de tetos (T1, n= 80 quartos), um quarto foi infundido com o antibiótico para vaca seca à base de gentamicina e o selante interno de tetos (T2, n= 80 quartos), e dois quartos ipsilaterais foram infundidos somente com o antibiótico (T3, n= 160). A análise estatística (Teste Exato de Fischer, P>0,05) indicou que não houve diferença entre a ocorrência de mastite clínica no pós-parto entre T1 (1,25%, 1 quarto), T2 (0%) ou T3 (1,8%, 3 quartos). Não houve ocorrência de mastite clínica durante o período seco e no pós-parto imediato. A análise dos dados do grupo G1 indicou não haver diferença estatística na incidência de novas IIM entre os três tratamentos aos oito dias pós-parto (T1=1,8%, 1 quarto; T2=0%; T3=1,85%, 2 quartos); bem como aos 21 dias pós-parto (T1=5,35%, 3 quartos; T2=1,96%, 1 quarto; T3=9,25%, 10 quartos). No grupo G2, também não houve diferença estatística na incidência de IIM entre os tratamentos aos oito dias pósparto (T1=8,3%, 2 quartos; T2=3,4%, 1 quarto; T3=7,7%, 4 quartos); e nem aos 21 dias pós-parto (T1=16,6%, 4 quartos; T2=10,3%, 3 quartos; T3=19,2%, 10 quartos). A taxa de cura do G2 no período seco não foi significantemente diferente entre T1 (87,5%), T2 (93,1%) e T3 (90,4%). Estes dados indicam que não houve diferença significativa entre o uso de um antibiótico para vaca seca e o selante interno de tetos na incidência de infecções intramamárias, nas condições deste estudo. Também não houve benefício aparente na aplicação simultânea do selante e do antibiótico.

ASSUNTO(S)

bovine mastitis bovino mastite medicina veterinaria

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