Efeitos da dieta no desenvolvimento e na reprodução de Loxosceles similis (Moenkhaus, 1898) (Araneae, Sicariidae)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O gênero Loxosceles encontra-se distribuído por todo o Brasil e é responsável pela maioria dos acidentes envolvendo aranhas, principalmente na região Sul do país. Foram estudados os efeitos da dieta no desenvolvimento pós-embrionário e na reprodução de L. similis, assim como a fecundidade e sua relação com o ritual de corte e cópula. Além disso, foi descrita a dieta em ambiente natural. Foram utilizados 270 indivíduos nascidos em laboratório, os quais foram separados aleatoriamente em grupos de 45 indivíduos. Cada grupo recebeu uma dieta específica, com a combinação das variáveis alimentares (abundante ou escassa, variada ou monoespecífica e saprofágica). Para avaliar os efeitos da dieta no crescimento foram utilizadas como variáveis morfométricas o comprimento e a largura do cefalotórax e o comprimento da tíbia da perna I. Os resultados demonstram que os indivíduos atingiram a maturidade sexual entre o 4 e o 7 instar. O tipo de presa utilizada exerce pouca influência no número e na duração dos ínstares. O sexo é o fator que mais influencia no tempo de desenvolvimento e no tamanho final dos indivíduos, sendo que os machos demoram mais tempo para atingir a idade adulta. A freqüência de alimentação influencia significativamente o tempo total de desenvolvimento, pois os indivíduos que receberam dieta abundante se desenvolveram mais rápido Tendo em vista que não houve diferença significativa no tempo de desenvolvimento e no número e duração dos instares entre os indivíduos alimentados com dieta viva e saprofágica, demonstrou-se que uma dieta exclusivamente saprofágica é viável. Quanto à reprodução, foram descritas as fases de corte, cópula e pós-cópula e sua relação com a fecundidade. O comportamento de corte e cópula foi semelhante ao registrado em outras espécies do gênero, especialmente L. gaucho. A dieta exerceu influência significativa somente no período entre a cópula e a oviposição (latência), os indivíduos que receberam dieta abundante (saprofágica ou não) apresentaram um menor período de latência. Somente o tempo de cópula influenciou significativamente o número de ovos férteis, pois os indivíduos que permaneceram mais tempo copulando obtiveram maiores índices de fertilidade. Foi registrada uma média de 35,3 ovos por ooteca. A análise da dieta em campo permitiu classificar L. similis como generalista, tendo em vista que foram coletados em suas teias restos de diversos tipos de insetos, miriápodes e aracnídeos.

ASSUNTO(S)

comportamento biologia reprodutiva ecdise ciencias biologicas arachnida caverna

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