Efeitos da rosiglitazona sobre marcadores de risco cardiovascular e função da celula beta em diabeticos tipo 2 virgens de tratamento / Rosiglitazone effects on cardiovascular risk markers and beta cell function in drug naive type 2 diabetic patients

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A principal causa de mortalidade entre os portadores de Diabetes tipo 2 é a doença cardiovascular. Estudos têm cada vez mais procurado alterações inerentes ao diabetes tipo 2 que justifiquem a maior incidência de doença cardiovascular nesse grupo. A presença de resistência à insulina, redução de adiponectina, aumento de PCR, disfunção endotelial e aumento de PAI-1 são candidatos possivelmente relacionados a esse aumento. A redução da resistência à insulina com uso de tiazolidinedionas, entre elas a rosiglitazona, tem potencial de reduzir o risco cardiovascular em diabéticos tipo 2, uma vez que altera citocinas relacionadas a risco cardiovascular de forma positiva. O objetivo desse estudo é avaliar o efeito clínico e laboratorial (sensibilidade à insulina, função de célula β lípides, PCR, adiponectina, resistina e PAI-1) e o efeito sobre a espessura da íntima-média carotídea da administração, por 12 semanas, de 8mg de rosiglitazona ao dia, em pacientes diabéticos tipo 2 virgens de tratamento anti-diabético, atendidos no Ambulatório de Diabetes Mellitus tipo 2, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. Os pacientes foram submetidos a uma avaliação inicial com dosagem de glicemia, hemoglobina glicada, insulinemia, colesterol total, HDL, LDL, triglicérides, ácidos graxos livres, AST, ALT, adiponectina, resistina, PAI-1, PCR, ácido úrico e fibrinogênio, após jejum de 12 horas. A sensibilidade à insulina e a função de célula β foram avaliadas pela fórmula matemática do HOMA e a espessura da íntima média carotídea foi avaliada pelo ultrassom doppler. Os pacientes iniciavam o uso de Rosiglitazona na dose de 8 mg/dia dividida em duas tomadas diárias. Após 12 semanas de tratamento todas as avaliações foram novamente realizadas. Para a análise estatística foi realizado o teste de Wilcoxon para estudar as variações pré e pós Rosiglitazona e o coeficiente de correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de 5 % (p<0,05). Dos 15 pacientes inicialmente incluídos, 13 completaram o tratamento. Houve redução estatisticamente significante dos níveis de PCR, ácido úrico e aumento de adiponectina. Houve redução de HOMA IR e resistina, não estatisticamente significante e aumento do HOMA β . A análise das correlações possíveis mostrou relação inversa entre HOMA β e ácidos graxos livres. Não houve alteração significante da espessura da íntima-média carotídea. O tratamento do Diabetes Mellitus com rosiglitazona tem potencial de reduzir o risco cardiovascular à medida que reduz marcadores de risco, como a PCR, e aumenta a adiponectina. Apesar de não ter sido estatisticamente significante, possivelmente devido ao tamanho da amostra, houve redução de 25% do valor médio da resistina, sugerindo uma relação entre resistina e resistência à insulina, controversa na literatura. Além da melhora da sensibilidade à insulina houve notável aumento do HOMA β ; mostrando melhora da função da célula β . Esse dado sugere que o tratamento com rosiglitazona desacelera a progressão da doença. A relação entre o aumento do HOMA β e a redução dos ácidos graxos livres fala a favor da melhora da lipotoxicidade como um dos fatores de melhora da função da célula β. Mais estudos populacionais de longa duração são necessários para comprovar o efeito da rosiglitazona sobre eventos cardiovasculares.

ASSUNTO(S)

resistencia a insulina thiazolidinediones metabolic syndrome x diabettes mellitus type 2 sindrome x metabolica tiazolidinedionas insulin resistance diabetes mellitus tipo 2

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