Efeitos da temperatura nas respostas cardio-respiratórias e na respiração aérea acessória de JEJU, Hoplerythrinus unitaeniatus (Erytrinidae) aclimatados a 15, 20, 25 e 30C e submetidos a variações de O2 ambiental.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Peixes de água doce tropical vivem em ambientes de altas temperaturas e baixas concentrações de O2. Isto resultou, ao longo do processo evolutivo, na necessidade da tomada do ar atmosférico em várias espécies de peixes, a fim de compensar seus requerimentos metabólicos, o que requereu modificações anatômicas, fisiológicas e bioquímicas. Estudos sobre o efeito da hipóxia e da variação da temperatura ambiental nos peixes devem envolver o conhecimento dos mecanismos de compensação cardiorespiratória. Assim, o objetivo deste estudo foi determinar as respostas cardiorespiratórios e da respiração aérea de jeju (Hoplerythrinus unitaeniatus), que utiliza a bexiga natatória como órgão acessório de troca gasosa, após período de aclimatação nas temperaturas de 15, 20, 25 e 30C e submetido à hipóxia gradual. As medidas do consumo de O2 ( &VO2 ), ventilação branquial ( G V&), freqüência respiratória (fR), volume ventilatório (VT) e extração de O2 da corrente ventilatória (EO2) foram obtidas de exemplares de jeju (Wt = 209,7 5 g) por meio de respirometria de fluxo constante. A freqüência (fRA) e o tempo da respiração aérea (TRA) também foram determinados utilizando-se de uma câmara especialmente desenvolvida para esta finalidade. Independentemente da temperatura de aclimatação, H. unitaeniatus comportou-se como um oxi-regulador, mantendo uma &VO2 constante por amplos intervalos de reduções de O2 até atingir a tensão crítica de O2 (PcO2). Nas diferentes temperaturas a &VO2 foi de 47 0,8 mlO2.kg-1h-1 a 15C, 82 0,3 mlO2.kg-1h-1 a 20C, 104 2,6 mlO2.kg-1h-1 a 25C e 112 mlO2.kg-1h-1 a 30C. As PcO2 nas respectivas temperaturas foram de 28, 33, 41 e 52 mmHg. A redução crescente das PcO2 mostrou que esta espécie apresenta uma compensação parcial ou do tipo 3 aos aumentos crescentes na temperaturas de aclimatação. O jeju aumentou a G V&em resposta à hipóxia gradual valendo-se de maiores incrementos no VT do que na fR. Entretanto, este tipo de compensação não foi suficiente para manter uma constante EO2, a qual decresceu gradualmente em função da hipóxia. A fH a 25 e 30C foi significativamente mais elevada do que a 15 e 20C. A bradicardia hipóxica só foi registrada nas temperaturas de 25 e 30C e somente ocorreu em tensão abaixo das respectivas PcO2. As PcO2 foram o limiar para o início da respiração aérea acessória em todas as temperaturas estudadas. Os aumentos na fRA, assim como da TRA foram inversamente proporcionais às reduções da PO2 da água e diretamente proporcionais às temperaturas de aclimatação.

ASSUNTO(S)

respiração aérea volume ventilatório temperature ventilation volume temperatura freqüência respiratória hoplerythrinus unitaeniatus breathing frequency hoplerythrinus unitaeniatus função cardio-respiratória ecologia ventilação branquial respiração aérea gill ventilation airbreathing aclimatação extração de o2 acclimation o2 extraction teleósteos consumo de o2 função cardiorespiratória oxygen uptake function cardio-respiratory

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