Efeitos de corticosteróides em recém-nascidos de muito baixo peso, dependentes de ventilação mecânica
AUTOR(ES)
Mataloun, Marta M. G. B., Leone, Cléa R., Gibelli, Maria Augusta C., Vaz, Flávio A. C.
FONTE
Clinics
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005-04
RESUMO
Devido às suas ações anti-inflamatórias, os corticosteróides têm sido utilizados para prevenção de displasia broncopulmonar, sendo descrita, uma redução da incidência desta patologia. No entanto, efeitos adversos a curto e a longo prazo têm sido detectados, em recém-nascidos pré-termo. OBJETIVO: Analisar os efeitos sobre a incidência de displasia broncopulmonar, duração de ventilação mecânica e de internação, mortalidade, crescimento, além dos efeitos adversos dos corticosteróides, administrados entre 10-14 dias de vida, em recém-nascidos de muito baixo peso, dependentes de ventilação mecânica. MÉTODOS: Realizou-se estudo de coorte, incluindo-se todos os recém-nascidos com peso de nascimento < 1500 gramas dependentes de ventilação mecânica, entre 10-14 dias de vida. Foram divididos em: Grupo I - receberam dexametasona (16) e Grupo II - não receberam dexametasona (22). Administrou-se dexametasona, a partir do 10º dia de vida, dias 1 a 3 - 0,3 mg/kg/d, dias 4 a 6 - 0,2 mg/kg/d, dias 7 a 9 - 0,1 mg/kg/d. Analisou-se o desenvolvimento de displasia broncopulmonar (dependência de oxigênio aos 28 dias de vida), efeitos sobre a evolução respiratória e sobre o padrão de crescimento, além da ocorrência de efeitos adversos. RESULTADOS: A incidência de displasia broncopulmonar não diferiu entre os grupos (GI - 62,5%; GII - 22,7%;p = 0,07). Detectou-se desaceleração do crescimento no GI em relação ao GII(D P = 47g/semana, GI e 85,5g/semana, GII; p = 0,06; D PC - 0,75 cm/semana GI e 1cm/semana, no GII; p = 0,05). CONCLUSÃO: O uso de corticosteróides, em recém-nascidos pré-termo, entre 10 - 14 dias de vida não reduziu incidência de displasia broncopulmonar e causou uma desaceleração do crescimento.
ASSUNTO(S)
corticosteróides recém-nascido prematuro displasia broncopulmonar
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