Effects of coffee tinctures in osteoporosis and diabetes and of hesperidin flavonoid in osteoporosis / Efeito de tinturas de café na osteoporose e no diabetes e do flavonóide hesperidina na osteoporose

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O consumo de café tem sido associado com um menor risco de diabetes. Entretanto, os compostos específicos e os mecanismos responsáveis por este efeito não estão claros. Foram realizados três experimentos para avaliar tinturas do café (Coffea arábica) catuaí vermelho em ratos com diabetes induzido pela administração de aloxano (60mg/kg de peso corporal). No primeiro experimento foram utilizadas as tinturas da casca cereja, fruto verde e fruto cereja do café. No segundo experimento os animais foram tratados com as tinturas da folha seca e folha verde do café. E no terceiro experimento foi utilizada a tintura de café solúvel torrado de uma marca comercial. Todas as tinturas foram testadas nas doses de 0,5 mL, 1,0 mL e 2,0 mL. Após 30 dias de tratamento, foram coletados amostras de sangue dos animais para dosagens séricas de glicose, colesterol e triacilglicerídeo. As tinturas de casca cereja (1,0 mL), fruto verde (0,5 mL, 1,0 mL e 2,0 mL), fruto cereja (1,0 mL e 2,0 mL), folha verde (0,5 mL, e 1,0 mL) e café solúvel (1,0 mL e 2,0 mL) promoveram um pequeno aumento, porém significativo, nos níveis de colesterol comparado ao grupo doente não tratado. A tintura folha seca (2,0 mL) foi a única capaz de reduzir significativamente as concentrações de colesterol. Com relação aos níveis de glicose e triacilglicerol, observou-se que todas as tinturas reduziram significativamente estes parâmetros, com exceção do tratamento com a tintura de café solúvel (2,0 mL) que não reduziu o triacilglicerol. As porcentagens de redução das concentrações de glicose e triacilglicerol variaram entre 20 a 49% e 27 a 57%, respectivamente. Os benefícios das tinturas de café utilizadas neste trabalho nos níveis de glicose e triacilglicerol se sobrepõem ao possível efeito negativo sobre o parâmetro colesterol, indicando que estas tinturas podem ser promissoras para o tratamento do diabetes. Com relação a osteoporose, o consumo de cafeína, substância presente no café, tem sido associado como um fator de risco. E o flavonóide cítrico hesperidina tem sido avaliado como um potente antiinflamatório por apresentar atividade antioxidante. Seu efeito antioxidante inibe a formação de superóxidos, compostos que estão sendo envolvidos no aumento da atividade osteoclástica. Portanto, a hesperidina pode ser benéfica na prevenção da perda óssea. O objetivo da segunda parte deste trabalho foi avaliar a influência do flavonóide hesperidina e tinturas de café em coelhos com osteoporose induzida por dexametasona (7mg/kg de peso corporal). Os animais foram distribuídos em 6 grupos: G1: ração + dexametasona (controle com osteoporose 1); G2: ração (controle); G3: ração + dexametasona + 1mL de fruto cereja , G4: ração + dexametasona + 1 mL de casca cereja, G5: ração + dexametasona (controle com osteoporose 2), G6: Ração + dexametasona + 30 mg de hesperidina. Os grupos 1 a 4 foram representados por coelhos fêmeas mais jovens (48 dias de idade). Os grupos 5 e 6 foram constituídos por animais com 140 dias de idade. Devido à diferença de idade dos animais, provavelmente eles encontravam-se em períodos de remodelação óssea distintos. Assim, o experimento foi constituído com dois grupos doentes não tratados, o grupo 1 e o grupo 5, com 48 e 140 dias de idade, respectivamente. Após 30 dias de tratamento, foram coletados amostras de sangue dos animais para determinação dos parâmetros bioquímicos do soro (uréia, creatinina, proteínas totais, cálcio, fósforo, colesterol total, triacilglicerídeo, glicose, fosfatase alcalina total, gama GT e albumina) e dos parâmetros hematológicos, tais como: leucócitos, linfócitos, monócitos, granulócitos, hemoglobina, hematócrito, eritrócitos, volume corpuscular médio (VCM), amplitude de distribuição do tamanho das hemáceas (RDW), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular (CHCM). No grupo dos animais mais jovens, observou-se que no grupo normal os níveis de uréia, fósforo, fosfatase alcalina total e albumina foram estatisticamente maiores comparados ao G1. Já os níveis de glicose, triacilglicerídeo e colesterol foram menores. Com relação à glicose, o grupo tratado com fruto cereja promoveu um aumento neste parâmetro, porém não foi significativo. Os níveis de colesterol foram estatisticamente menores no grupo tratado com fruto cereja e casca cereja com relação ao G1. A concentração de triacilglicerídeo foi significativamente maior no grupo 3 comparado ao G1. Os animais tratados com fruto cereja tiveram concentrações de fósforo significativamente maiores comparados ao G1. Não houve diferenças significativas nos parâmetros de uréia, creatinina, proteínas totais, cálcio, fosfatase alcalina total, gama GT e albumina entre os tratamentos e ao G1. O tratamento com o flavonóide hesperidina reduziu significativamente os valores de uréia, glicose, triacilglicerídeo e colesterol comparado ao G5. Com relação aos parâmetros hematológicos, observou-se que no grupo normal os níveis de leucócitos, linfócitos, mielócitos, eritrócitos totais e hematócrito foram estatisticamente maiores comparados ao G1. As concentrações de leucócitos, mielócitos, granulócitos e VCM foram significativamente maiores no tratamento com fruto cereja, comparado à G1. No tratamento com casca cereja observou-se uma redução significativa na hemoglobina e no hematócrito, comparados à G1. Não houve diferenças significativas nos parâmetros de RDW, HCM e CHCM entre os tratamentos e o ao G1. No grupo dos animais mais adultos, observou-se que não houve diferenças significativas nos parâmetros de creatinina, proteínas totais, cálcio, fósforo, colesterol, glicose, fosfatase alcalina total, gama GT e albumina entre os tratamentos e o grupo doente não tratado dos animais com 140 dias de idade (G5). Não foi observada nenhuma diferença estatística nos parâmetros hematológicos entre o tratamento com hesperidina e o grupo que recebeu apenas dexametasona (G5).

ASSUNTO(S)

coffea arabica osteoporosis osteoporose diabetes biologia molecular flavonóides coffea arabica flavonoids diabetes

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