Entre nós: tramas e traumas em busca da confiança / Between us: plots and traumas in the search for confidence

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho apresenta através da experiência clínica, as dificuldades encontradas na técnica baseada na teoria das relações de objeto de Melanie Klein, quando utilizadas com pacientes neuróticos que se apresentam com dificuldades em suas relações. Utilizando-se de um modelo clínico, e encontrando evidência nos trabalhos de alguns autores como Francis Tustin, Sidney Klein e alguns outros, tais dificuldades são consideradas como decorrentes de estados autísticos revelados em pacientes neuróticos. Traz a hipótese de que estes pacientes apresentam experiências pré-simbólicas de natureza sensorial, por não terem sido processadas por um objeto primário que as pudesse sentir e pensar, permanecendo desta maneira, sem transformações. É sugerido, segundo Judith Mitrani, que estas experiências sensoriais não desenvolvidas mantiveram-se como proteções fortificadas contra a consciência de estados de terror que tiveram relação com a separação corporal e emocional precoce e, portanto contra a experiência com o objeto primário. Mostram experiências primitivas de auto-sensualidade e nelas, pessoas utilizadas como coisas a fim de proteger-se da dor e ganhar sensação de existência, segurança e impermeabilidade. São reações construídas internamente provocadas pela separação do corpo da mãe, embora com ausência de experiência de maternagem: trata-se de um mecanismo de sobrevivência. Como objetivo central do trabalho discute-se a importância de um analista discriminar o estado autístico em um paciente desde tipo, onde não é possível a relação objetal, evitando utilizarse de interpretações que considerem inerente tal relação. Por utilizarse de pseudorelações de objeto adesivas, os padrões estereotípicos que estes pacientes trazem podem permanecer, a menos que o analista descubra alternativas à técnica para conquistar com os pacientes estados que permitam o desenvolvimento de sua confiança primordial. Através de um caso clínico com uma paciente apresentando esta estrutura mental, traz algumas alternativas como, por exemplo, o analista se permitir ser utilizado com objeto autista pelo paciente, até que este consiga sair de suas proteções, revelando-as. Utilizando-se dos recursos teóricos e técnicos oferecidos por diversos autores, sugere que pacientes, como a apresentada, possam deixar as proteções autísticas e passar de um estado onde o outro permaneceu inexistente, para outro, onde o outro se torne alguém de quem o paciente possa demonstrar desejo de se aproximar

ASSUNTO(S)

confianca (psicologia) autistic states estado autista pseudo-relações de objeto adesiva autosensualidade autistic object autosensuality psicologia objeto autista relacoes objetais (psicanalise) adhesive pseudo-object-relation confidence

Documentos Relacionados