Escola de Enfermagem Carlos Chagas (1933-1950): a Deus - pela humanidade - para o Brasil
AUTOR(ES)
Geralda Fortina dos Santos
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
Este trabalho tem como tema a história da Escola de Enfermagem Carlos Chagas (EECC) fundada em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 7 de julho de 1933, que deu origem à que veio a ser a atual Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais. O estudo enfocou o período entre a criação da Escola até 1950, quando ocorreram transformações na sua organização e subordinação administrativa. O objetivo foi analisar o processo de institucionalização da EECC e, na dinâmica desse movimento, apreender a cultura escolar que nela se constituiu. Na tentativa de compreender a constituição de uma cultura institucional singular, foi privilegiada a análise da cultura escolar a partir de seus elementos basilares os sujeitos, os tempos e espaços e os conhecimentos escolares. As contribuições teóricas e metodológicas da cultura escolar e as pesquisas desenvolvidas no campo da história das instituições educativas e da questão de gênero foram primordiais para a pesquisa. Além disso, a condição de primeira Escola de Enfermagem que supostamente seguiria o sistema nightingale de ensino em um Estado brasileiro fora da Capital da República contribuiu para que as primeiras diretoras voltassem a atenção para o estabelecimento da história e da memória institucional. Dessa forma, este estudo só foi possível no vaivém entre a memória e o arquivo, tendo como principais fontes aquelas que se encontram no Centro de Memória da Escola de Enfermagem da UFMG, cuidadosamente registradas e preservadas nos primeiros anos de funcionamento da EECC. Pode-se afirmar, com este trabalho, que a EECC, em seu processo de institucionalização, constituiu e legitimou uma cultura escolar que lhe conferiu singularidade. Dessa forma, deu-se visibilidade social a uma cultura institucional que foi se constituindo ao mesmo tempo em que se elaboravam representações da Escola, da enfermagem e da sua profissional imbuídas do espírito de brasilidade, de patriotismo e de religiosidade. Isto é, pode-se dizer que na EECC ocorreu a configuração de uma cultura escolar que lhe imprimiu uma identidade institucional em consonância com o debate intelectual reinante no país nas décadas de 1920 e 1930, em que a identidade nacional era colocada como questão de primeira ordem. Percebeu-se, pois, uma identidade institucional que em sua materialidade e em suas práticas escolares tempos, espaços, currículos, materiais didáticos, processos avaliativos e de controle, corpo docente, dentre outros deveria assemelhar-se às normas oficiais do sistema educacional brasileiro em geral e do ensino de enfermagem em particular. Finalmente, pode-se dizer que a EECC, em seu processo de institucionalização, buscou posicionar-se como uma escola brasileira católica cristã em solo mineiro, trazendo para o seu campo de luta uma grande aliada, a Igreja Católica, representada por Laís Netto dos Reys e por outros intelectuais militantes católicos. Assim, pode-se dizer também que a Escola, no período estudado, atuou de forma a colocar em prática o seu lema: a Deus pela humanidade para o Brasil.
ASSUNTO(S)
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ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/ASOA-6VMF6ADocumentos Relacionados
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