Esofagites em pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida: estudo histológico e imunoistoquímico

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-12

RESUMO

RACIONAL: A maioria dos pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida cursa com sintomas gastrointestinais ao longo da sua evolução. A alta prevalência e morbidade das esofagites nesses pacientes são amplamente reconhecidas. OBJETIVOS: Graduar, histologicamente, as esofagites; identificar os agentes associados, tais como Candida sp, citomegalovírus, herpes vírus e micobactérias; identificar, através da imunoistoquímica, os seguintes agentes: citomegalovírus, herpes vírus I e II, vírus Epstein-Barr, vírus do papiloma humano e vírus da imunodeficiência adquirida; verificar a contribuição da imunoistoquímica para o diagnóstico dos agentes infecciosos; verificar a associação entre os achados histológicos e endoscópicos; verificar a relevância do número de fragmentos na caracterização dos agentes etiológicos. MÉTODOS: Estudaram-se, retrospectivamente, biopsias esofagianas em 227 pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida. Utilizaram-se as colorações de hematoxilina e eosina, PAS ("periodic acid of Schiff"), prata de Grocott e Ziehl-Nielsen, assim como a imunoistoquímica para a detecção de infecções por agentes oportunistas. Aspectos endoscópicos também foram avaliados. RESULTADOS: A esofagite inespecífica acentuada, localizada no terço inferior, foi o tipo mais freqüente. A Candida sp foi o agente mais encontrado, seguida de citomegalovírus, herpes vírus e micobactérias. A presença de placa e ulceração sugeriu o diagnóstico de candidíase e esofagite por citomegalovírus, respectivamente. O herpes vírus I não foi encontrado isolado e sim associado ao herpes vírus II. Não houve imunorreatividade para o vírus Epstein-Barr e o vírus da imunodeficiência adquirida. O número de fragmentos nas amostras não influenciou na detecção do agente etiológico. CONCLUSÃO: Os achados endoscópicos de lesão em placa ou de úlcera estão associados com os diagnósticos de Candida sp e citomegalovírus, respectivamente. O emprego da técnica de imunoistoquímica auxilia no diagnóstico das esofagites virais e torna possível detectar o citomegalovírus em esôfagos normais à endoscopia e/ou ao exame histopatológico.

ASSUNTO(S)

esofagite síndrome de imunodeficiência adquirida imunoistoquímica

Documentos Relacionados