Estrutura e funcionamento de copas em espécies arbóreas de cerrado com distintas fenologias foliares

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Foram investigadas as relações entre a inclinação do ramo, a interceptação de luz, a capacidade fotossintética ao longo do ramo, a alocação de biomassa em ramos e folhas e a estrutura da copa em espécies decíduas, semidecíduas e sempreverdes do Cerrado. O objetivo central dessa Tese foi o de investigar o funcionamento e a estrutura de copas em espécies arbóreas de Cerrado com distintas fenologias foliares. A hipótese central é que a permanência da folhagem ao longo do ano seria uma característica fortemente relacionada tanto à estrutura como ao funcionamento da copa, e que essa relação poderia ser evidenciada por características morfológicas dos ramos, das folhas e por meio da capacidade fotossintética. As decíduas produzem uma só coorte de folhas durante o ano, no final da estação seca. Uma forma de evitar o sombreamento da folhagem ao longo do ramo desde a abertura da gema seria o posicionamento inclinado (plagiotrópico) do ramo. Uma as hipóteses específicas é que as espécies decíduas apresentam ramos plagiotrópicos e a intensidade de irradiância e a capacidade fotossintética seriam distribuídas de maneira similar ao longo do ramo. Os ramos plagiotrópicos nas decíduas também permitiriam uma maior exposição das folhas e, portanto, uma maior área foliar por folha, por ramo e uma relação ramo-folhagem em favor das folhas sem um sombreamento significativo ao longo do ramo. Por outro lado, a exposição das folhas à intensa irradiância sobre os ramos plagiotrópicos nas espécies decíduas dificulta a permanência da folhagem durante todo o ano, especialmente na estação seca, pois expõem as folhas ao estresse atmosférico. As espécies semidecíduas e sempreverdes produzem folhas continuamente ao longo do ano. A permanência de pelo menos metade da folhagem como nas semidecíduas, mesmo no pico da estação seca, deve requerer proteção como o sombreamento das folhas ao longo dos ramos. Dessa forma, as espécies semidecíduas e sempreverdes apresentariam ramos mais eretos (ortotrópicos) com evidente sombreamento ao longo do ramo. A extinção da irradiância ao longo dos ramos seria uma proteção contra a irradiância excessiva nas espécies semidecíduas e sempreverdes, principalmente na estação seca. Por outro lado, a distribuição desigual da irradiância ao longo do ramo poderia condicionar uma capacidade fotossintética significativamente diferente entre as folhas mais iluminadas no ápice e as folhas mais sombreadas na base do ramo. As espécies semidecíduas e sempreverdes apresentam a copa com um maior número de ramificações que as espécies decíduas em função da maior emissão de ramos por estação de crescimento. O maior número de ramificações nas copas das espécies semidecíduas e sempreverdes poderia ser evidenciado a partir de uma representação da copa por meio de redes contendo as unidades básicas comuns, os nós e os conectores. A hipótese é que os conectores nas redes representando a copa das espécies arbóreas poderiam ser os ramos e os nós a região de ramificação de onde os ramos são emitidos sobre os ramos parentais. Essa representação poderia revelar diferenças estruturais nas copas das espécies decíduas, semidecíduas e sempreverdes. Essas diferenças seriam evidenciadas tanto pelo número de ramificações representada pelos ramos como pelo número de regiões de ramificações representadas pelos nós. Dessa forma, a relação ramo/nó e a freqüência de ramos por nó poderia revelar aspectos estruturais significativamente diferentes entre os grupos fenológicos foliares das 15 espécies arbóreas estudadas crescendo em um cerrado stricto sensu.

ASSUNTO(S)

ecologia ecofisiologia vegetal estrutura de copa cerrado deciduidade foliar

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