Estudo da atividade antiinflamatÃria e antinociceptiva da lectina isolada de sementes de Lonchocarpus sericeus (Poir.) Kunth. / Study of antiinflammatory and antinonociceptive activities of lectin from lonchocarpus sericeus seeds (poir.) kunth

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/07/2008

RESUMO

Lectinas sÃo (glico)proteÃnas de origem nÃo imune e que podem reconhecer e se ligar reversivelmente a carboidratos ou a outras substÃncias derivadas de aÃÃcares. A lectina de sementes de Lonchocarpus sericeus (LSL) apresenta massa molecular aparente de 23555  15 Da e especificidade de ligaÃÃo a N-acetil-glicosamina e α -metil-glicopiranosÃdeo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antiinflamatÃria e antinociceptiva da Lectina de sementes de Lonchocarpus sericeus (LSL). Para tal, utilizamos camundongos Swiss albinos (25-35g). No estudo da atividade antiinflamatÃria, LSL (3 ou 10 mg/kg; e.v.; 15 minutos) inibiu a migraÃÃo (rolamento e adesÃo de neutrÃfilos) para a cavidade abdominal de animais estimulados com carragenina (Cg), e este efeito parece estar relacionado com a reduÃÃo dos nÃveis de citocinas (TNF-α and IL-1β) e quimiocinas (MIP-1α [CCL3], KC [CXCL1]) por esta lectina. O efeito inibitÃrio da LSL sobre a migraÃÃo de neutrÃfilos, parece tambÃm envolver o aumento nos nÃveis sistÃmicos de Ãxido nÃtrico (NO), pois LSL (10 mg/kg; e.v.) foi capaz de aumentar os nÃveis de NO no soro de animais, e o prÃ-tratamento de camundongos com aminoguanidina (inibidor da Ãxido nÃtrico sintase induzida) foi capaz de reverter o efeito aniinflamatÃrio desta lectina sobre a migraÃÃo de neutrÃfilos. Ainda em relaÃÃo à atividade antiinflamatÃria, LSL foi capaz de inibir a migraÃÃo de neutrÃfilos para a cavidade peritoneal de animais imunizados e estimulados com ovoalbumina (OVA), porÃm, esta mesma lectina foi ineficaz em inibir a migraÃÃo de neutrÃfilos in vitro estimulada por MIP-2, demonstrando entÃo um papel indireto da LSL (reduÃÃo de citocinas e quimiocinas) na inibiÃÃo da migraÃÃo. No estudo da atividade antinociceptiva, LSL (10 ou 100 mg/kg; e.v.; 15 minutos) reduziu as contorÃÃes abdominais induzidas por Ãcido acÃtico e diminuiu somente a segunda fase do teste da formalina, demostrando uma atividade sobre a dor inflamatÃria. No teste da placa quente, LSL nÃo apresentou efeito. Para avaliar a dor inflamatÃria realizaram-se estudos de atividade antihipernociceptiva. Assim, LSL (3 ou 10 mg/kg; e.v.; 15 minutos) inibiu a hipernocicepÃÃo mecÃnica induzida por administraÃÃo intraplantar de carragenina e ovalbumina (animais imunizados) mas nÃo a induzida por prostaglandina E2 (PGE2). Este efeito foi correlacionado ao bloqueio do influxo de neutrÃfilos, sugerido pela reduÃÃo dos nÃveis de mieloperoxidase (MPO) nas patas de animais prÃ-tratados com LSL (3 ou 10 mg/kg; e.v.; 15 minutos) e estimulados com carragenina. Este efeito antihiperalgÃsico parece tambÃm depender da reduÃÃo dos nÃveis de citocinas (TNF-α and IL-1β) e quimiocinas (MIP-1α [CCL3], KC [CXCL1]), uma vez que LSL (3 ou 10 mg/kg; e.v.; 15 minutos) reduziu os nÃveis destes mediadores no tecido da pata de animais estimulados com Cg (intraplantar). Em relaÃÃo a uma possÃvel atividade central, LSL (10 mg/kg; e.v.) nÃo alterou a atividade motora e nem provocou depressÃo nos animais. A toxicidade aguda foi avaliada pelo tratamento de camundongos com LSL (10 mg/kg; e.v.), durante sete dias consecutivos, atravÃs de vÃrios parÃmetros: funÃÃes do rim (peso Ãmido, dosagem de urÃia) e do fÃgado (peso Ãmido, avaliaÃÃo da cinÃtica da aspartato amino transaminase e alanina amino transaminase), coraÃÃo (peso Ãmido), estÃmago (peso Ãmido e avaliaÃÃo visual de possÃveis lesÃes), variaÃÃo de massa corporal dos animais tratados e leucograma. Os resultados obtidos nÃo mostraram qualquer alteraÃÃo dos parÃmetros avaliados, demonstrando que a LSL nÃo apresenta nenhuma toxicidade nos animais. Em conclusÃo, a atividade antiinflamatÃria e antinociceptiva da LSL està associada com a inibiÃÃo da migraÃÃo de neutrÃfilos, que provavelmete à reflexo da inibiÃÃo da liberaÃÃo de citocinas e quimiocinas e do aumento na liberaÃÃo de NO. Adicionalmente, esta lectina nÃo apresenta efeitos centrais nem toxicidade aguda

ASSUNTO(S)

farmacologia dor lectinas de plantas fabaceae inflammation mediators pain plant lectins mediadores da inflamaÃÃo nociceptores aÃÃes farmacolÃgicas

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