Estudo da manipulação tubular renal de sodio e da pressão arterial em ratos diabeticos apos o tratamento com furosemida : envolvimento de receptores AT1 da angiotensina e da inervação renal

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Alterações morfológicas e funcionais de diferentes sistemas e aparelhos e a hipertensão arterial têm sido demonstrados freqüentemente na evolução da diabetes mellitus. Dentre estas alterações funcionais, destacam-se aquelas manifestações relacionadas à modificação de manipulação tubular de sódio e do balanço hidrossalino. Pouco se conhece sobre o envolvimento da angiotensina 11 e da atividade neural nesta alteração, bem como da importância destas na modulação de uma resposta contra-reguladora durante a depleção volêmica induzida pela furosemida. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do bloqueio de receptores A T1 da angiotensina II e da atividade neural renal sobre a pressão arterial e a manipulação tubular renal de sódio, após a administração aguda ou crônica de furosemida, na diabetes mel/itus experimental. Para a avaliação do papel dos receptores A T1 da angiotensina 11 e da atividade neural renal, comparamos oito grupos de animais: 1) controle; 2) controle tratado com losartan; 3) diabetes mellitus induzida por estreptozotocina, 4) diabetes mellitus induzida por estreptozotocina e tratado com losartan, 5) controle submetido à cirurgia simulada de denervação renal bilateral; 6) controle submetido à denervação renal bilateral, 7) diabetes mel/itus induzida por estreptozotocina e submetido à cirurgia simulada de denervação renal bilateral; e 8) diabetes mellitus induzida por estreptozotocina e submetido à denervação renal bilateral. A pressão arterial foi aferida semanalmente através do método de plestimografia de cauda e o estudo funcional renal foi estimado através dos clearances de creatinina endógeno e de lítio, em ratos Wistar-Hannover acordados em gaiolas metabólicas individuais. Nossos resultados mostram que: 1) uma progressiva elevação da pressão arterial ocorreu em animais diabéticos, que foi atenuada pela denervação renal bilateral; 2) losartan 10 mg/kg/dia reduz a pressão arterial em animais-controle; todavia, perde a sua eficácia hipotensora em animais diabéticos, após a administração crônica de furosemida; 3) a administração oral aguda de furosemida promoveu uma natriurese em animais-controle e diabéticos, por elevar a excreção de sódio em segmentos proximais e pós-proximais do néfron; 4) o tratamento crônico de furosemida promoveu uma significativa atenuação nesta resposta natriurética por promover uma queda na fração de excreção de sódio, principalmente em segmentos pós-proximais do néfron, associada também à queda da taxa de filtração glomerular em animais controles e diabéticos; 5) losartan atenua a resposta diurética induzida pela administração aguda e cônica de furosemida em animais diabéticos; 6) losartan não modificou a resposta natriurética observada principalmente em segmentos pós-proximais do néfron em animais controles; 7) o bloqueio de receptores A T1 da angiotensina causa elevação da taxa de filtração glomerular associada à queda da fração de excreção proximal de sódio em animais diabéticos; 8) a denervação renal bilateral atenuou a resposta natriurética à administração aguda de furosemida por reduzir a excreção de sódio em segmentos pós-proximais do néfron; 9) a denervação renal não aboliu a resposta natriurética induzi da por furosemida administrada cronicamente. Portanto, nosso estudo mostra que na diabetes mellitus ocorre uma elevação significativa da pressão arterial sistêmica, que é atenuada pela denervação renal bilateral, e sugere que mecanismos contra-regulatórios . à depleção do volume sangüíneo ocorrem independentemente da ação de angiotensina 11 e da atividade neural renal

ASSUNTO(S)

diabetes angiotensina pressão arterial

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