ESTUDO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DOS AGRICULTORES FAMILIARES DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DO SUL / STUDY OF FAMILIAR AGRICULTURISTS PRODUCTION SYSTEMS IN THE WEST BORDER OF RIO GRANDE DO SUL

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

No Brasil, o descaso histórico com a agricultura familiar se aprofundou com a persistência do modelo tradicional de desenvolvimento, impulsionado pela chamada modernização conservadora do campo que privilegiou a categoria patronal da grande propriedade rural, principalmente com as políticas públicas do crédito rural e da assistência técnica. Apesar disso, a categoria familiar resistiu no rural brasileiro e manteve suas unidades de produção com desempenho importante para a economia nacional. Em 2006, como eixo de uma estratégia de desenvolvimento agrário e sustentabilidade o governo brasileiro sancionou a Lei da Agricultura Familiar para valorizar a agricultura familiar. Nesse sentido, as prioridades políticas que assume a agricultura familiar na Nação brasileira justificam a realização de estudos para conhecer as especificidades das regiões deprimidas economicamente, consideradas atrasadas no país para construir formulações concretas ao desenvolvimento. No Estado do Rio Grande do Sul, o desenvolvimento socioeconômico tem diferenças acentuadas entre a Metade Norte comparativamente com a Metade Sul. A espacialização das etnias predominantes, as matrizes de produção implementadas e as condições agroecológicas, entre outros indicadores, quando analisados refletem nas diferenças sociais e econômicas dessas regiões, principalmente, na estagnação do desenvolvimento da Metade Sul. A Fronteira Oeste na Metade Sul é identificada como uma região constituída, do ponto de vista agrário, apenas por grandes propriedades rurais, formadas pela distribuição das sesmarias que deram origem às estâncias/estancieiros. A região é referida como somente dos tradicionais latifúndios com produção da pecuária extensiva. Mas, os dados do Convênio INCRA/FAO dão conta que a categoria familiar no município de Alegrete corresponde a 61,3% dos estabelecimentos rurais totalizando 1.675 estabelecimentos familiares. Esses estabelecimentos, majoritariamente, praticam as atividades de bovinos de corte e/ou ovinos e com a predominância de utilização de mão-de-obra familiar, mas também, existem estabelecimentos com hortifruticultura e a pecuária de leite. Com relevância aos sistemas de produção dos agricultores familiares para o desenvolvimento da região estudada, esse estudo constatou a diversidade tanto de fatores naturais quanto de elementos humanos que regem a complexidade da dinâmica da espacialização agrária da Fronteira Oeste. Os procedimentos metodológicos com base na Análise de Diagnósticos dos Sistemas Agrários possibilitaram caracterizar os sistemas de produção dos agricultores familiares, suas potencialidades e limites, adotando-se como referência o município de Alegrete. Esse estudou identificou que a heterogeneidade social do segmento familiar nessa região é composta por diferentes tipos de agricultores familiares.

ASSUNTO(S)

production systems fronteira oeste familiar agriculture south rrgion of the state metade sul agricultura familiar sistemas de produção extensao rural desenvolvimento development west border

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