Estudo farmacognóstico e da toxicidade experimental (aguda e subaguda) do extrato etanólico da casca do guatambu (Aspidosperma subincanum Mart.)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Embora no Brasil existam normas e legislação para garantir a segurança e qualidade dos fitoterápicos, para muitas das plantas utilizadas popularmente, não há registros facilmente disponíveis de suas características macroscópicas ou de marcadores químicos. Dessa forma, informações que possam fornecer subsídios para a correta identificação e garantia dos três princípios fundamentais para um medicamento qualidade, eficácia e segurança são necessárias, principalmente para aquelas espécies que têm uso mais evidente no Brasil. O cerrado goiano é muito rico em espécies medicinais, que se devidamente utilizadas podem trazer benefícios substanciais, sobretudo às populações mais carentes. Uma das espécies utilizadas na região é o guatambu (Aspidosperma subincanum Mart.) no tratamento do diabetes e da hipercolesterolemia. Sendo assim, os objetivos deste estudo foram o de realizar a caracterização farmacognóstica e avaliar a toxicidade pré-clínica (toxicidade aguda e subaguda) do extrato etanólico da casca do caule de Aspidosperma subincanum Mart.(EEAS). A caracterização farmacognóstica do guatambu, além de ser uma contribuição para a informação sobre plantas medicinais brasileiras, per si, forneceu parâmetros a serem empregados no controle de qualidade do guatambu utilizado como matéria prima na preparação de fitoterápicos. Os efeitos da administração oral aguda e subaguda do extrato etanólico de Aspidosperma subincanum Mart. foram investigados pelo método screening hipocrático, pelos parâmetros hematológicos e bioquímicos e pela análise histopatológica em ratos Wistar adultos e machos. Na avaliação da toxicidade aguda os animais foram tratados com doses únicas de EEAS (500, 1000, 2000, 3000 e 5000 mg/kg de peso) e observados por 24 horas, sendo que não foi observado qualquer sinal de toxicidade ou morte, o que sugere que o EEAS é praticamente atóxico em exposição aguda a altas doses. No estudo da toxicidade subaguda, os ratos foram tratados durante 30 dias consecutivos com EEAS por via oral nas doses de 125, 250, 500 mg/kg de peso. Os resultados mostraram que durante o período de tratamento, o EEAS provocou poucas alterações nos níveis séricos, assim como não houve modificações nos pesos dos animais. Na avaliação histopatológica EEAS provocou alterações celulares nos rins, pulmões e fígado em todas as doses avaliadas, caracterizando que tais órgãos foram lesados pela administração de EEAS. Entretanto, tais sinais de toxicidade demonstraram reversibilidade após 30 dias. Assim, nas condições experimentais, EEAS apresentou uma baixa toxicidade.

ASSUNTO(S)

toxicidade guatambu aspidosperma subincanum mart. guatambu farmacognosy, toxicity aspidosperma subincanum mart. farmacognosia ciencias da saude

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