Estudo randomizado, duplamente mascarado, placebo controlado do uso do misoprostol versus placebo para histeroscopia diagnostica em mulheres na pos-menopausa

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

a histeroscopia é um dos procedimentos mais realizados em ginecologia. Muitos ensaios controlados sugerem vantagens no uso prévio de misoprostol para diminuir a resistência da cérvix uterina; entretanto este tipo de estudo ainda é escasso quando se compara o uso do misoprostol prévio à histeroscopia diagnóstica em mulheres na pós-menopausa. avaliar os efeitos intra e pós-operatórios em mulheres na pós-menopausa, submetidas à histeroscopia diagnóstica, sem anestesia, com uso prévio de misoprostol para amadurecimento do colo uterino. Sujeitos e métodos: foi realizado um estudo tipo ensaio clínico, duplamente mascarado, randomizado, em pós-menopausadas que se submeteram à histeroscopia diagnóstica sem anestesia no IMIP e no hospital Barão de Lucena, em Recife, Pernambuco. Foram incluídas 120 pacientes alocadas aleatoriamente em dois grupos, sendo 60 com uso de 200µg de misoprostol via vaginal e 60 com uso de 200µg de placebo. Foram estudadas as seguintes variáveis: tempo do procedimento, freqüência e intensidade da dor durante o exame, necessidade de dilatação cervical adicional, efeitos colaterais (sangramento genital, náuseas, vômitos, diarréia, hipertermia) e complicações (perfuração uterina, falso pertuito, laceração cervical, infecções, dor no pós-operatório imediato). Para análise estatística, utilizaram-se os testes de qui-quadrado de associação, testes exato de Fisher e Mann-Whitney para comparação dos grupos, considerando-se significativo um erro alfa menor que 5%. Resultados: os grupos foram semelhantes em relação à média de idade (61,3 e 59,2, p=0,09), paridade (04 e 04, p=0,88), IMC (27 e 27,5, p=0,55) e tempo de menopausa (12,5 versus 9,6, p=0,52), intervalo entre medicação e exame (8,4 e 8,2, p=0,4), meio distensor com CO2 (39% versus 32%, p=0,44) e indicações por mioma, espessamento ou sangramento genital (p=0,52; 0,37; 0,62, respectivamente). O grupo do misoprostol apresentou menor intensidade da dor durante o procedimento, tanto na comparação das medianas (05 versus 07, p=0,02) quanto nos escores acima de cinco (44,6% versus 66,7%, p=0,01). Não houve diferenças entre os grupos com relação à duração do procedimento (2,4 versus 2,0 min, p=0,3), presença de dor ao exame ou na biópsia (p=0,74 e p=0,19, respectivamente). Não ocorreu diferença na necessidade de dilatação (17,2 versus 20,3, p=0,66) nem na presença de efeitos colaterais ou complicações. Também não se observaram diferenças significativas na presença e intensidade da dor após o procedimento. Conclusão: o uso prévio de misoprostol parece diminuir a intensidade da dor durante a histeroscopia diagnóstica em pós-menopausadas; entretanto não demonstrou diferenças significativas em relação à diminuição do tempo para o procedimento e nem da necessidade de dilatação cervical entre os grupos, sugerindo não utilizá-lo rotineiramente e sim em alguns casos selecionados

ASSUNTO(S)

misoprostol pain histeroscopia randomized clinical assay menopause menopausa hysteroscopy misoprostol

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