Estudo sobre a resistência genética e produtos químicos no controle da bacteriose da goiabeira (Psidium guajava) causada por Erwinia psidii

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A bacteriose da goiabeira (Psidium guajava) causada por Erwinia psidii Rodrigues Neto et al. (1987) foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1982, nas regiões de Valinhos e Pindamonhangaba, no Estado de São Paulo. Atualmente a doença se encontra em outras regiões paulistas, nos Estados de Minas Gerais, no Espírito Santo, no Paraná e no Distrito Federal. Devido à sua distribuição geográfica restrita ao Brasil, pouco se conhece sobre um controle efetivo da bacteriose, visto que a maioria dos produtos cúpricos utilizados causam sintomas de fitotoxidade nas plantas, assim como não se têm conhecimento do uso de variedades resistentes. O presente trabalho teve como objetivo estudar a resistência genética das variedades de goiaba comumente plantadas, assim como a utilização de produtos químicos no controle. No estudo da resistência genética foram avaliadas cinco variedades de goiaba e diferentes isolados de E. psidii, em dois métodos de inoculação: por pulverização (1x108 ufc/ml) e por agulha (1x109 ufc/ml). No estudo do controle da doença foram utilizados produtos cúpricos e o Fegatex (cloretos de benzalcônio), nos meios 523 e MMCC, em testes in vitro, em casa de vegetação e no campo. Foi também avaliada a sensibilidade de isolados de E. psidii a diferentes antibióticos. Verificou-se que na inoculação por agulha, dos isolados UnB 1285, 1288 e 1289, todas as variedades apresentaram 100% de plantas infectadas nas hastes, folhas e brotações (nota 4); enquanto que na inoculação por pulverização, os isolados UnB 1287 e 1288, apresentaram essa mesma percentagem de plantas infectadas, podendo ocorrer diferenças nos graus de agressividade entre os isolados. Em testes in vitro verificou-se que todos isolados de E. psidii no meio 523 foram mais resistentes ao sulfato de cobre e hidróxido de cobre, enquanto que no meio MMCC (baixa capacidade de complexar o cobre) todos os isolados apresentaram maior resistência ao hidróxido de cobre. Resultados também mostraram que os cloretos de benzalcônio mostraram melhor eficiência no controle in vitro comparado aos produtos cúpricos. Na avaliação dos antibióticos verificou-se que os isolados UnB 1285 e 1286 mostraram ser mais sensíveis à ação dos antibióticos. O princípio ativo oxacilina não apresentou efeito sobre a bactéria, para todos isolados testados. Sob condição de casa de vegetação, o sulfato de cobre mostrou maior grau de fitotoxidade nas folhas de goiabeira, reduzindo o desenvolvimento das brotações, no entanto, mostrou melhor eficiência no controle da bacteriose. O tratamento com cloretos de benzalcônio, não apresentou fitotoxidade e mostrou bom desenvolvimento nas plantas, assim como bom controle da doença. Em experimento de campo, verificou-se sintomas leves de fitotoxidade no estádio de inflorescência, na variedade Pedro Sato, com todos os produtos, e na variedade Comum, com exceção dos cloretos de benzalcônio. Nos frutos pequenos, os sintomas severos foram percebidos na variedade Pedro Sato, no tratamento com sulfato de cobre e na variedade Comum, no tratamento com sulfato de cobre e oxicloreto de cobre. Nos frutos médios, foi verificada evolução dos sintomas severos, na variedade Pedro Sato, nos tratamentos com oxicloreto de cobre e sulfato de cobre; e na variedade Comum em todos os tratamentos cúpricos. Para o controle da doença, o tratamento com hidróxido de cobre mostrou melhor eficiência na variedade Pedro Sato; enquanto que na variedade Comum, o tratamento com Fegatex (cloretos de benzalcônios) foi melhor, não apresentando nenhum sintoma de fitotoxidade.

ASSUNTO(S)

bactéria fototoxidade goiabeira resistência genética erwinia psidii ciências biológicas

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