Estudos da transmisssão e morbidade da infeccção chagásica crônica em pacientes autóctones da mircrorregião do Rio Negro, estado do Amazonas (1997-2008) / Studies of transmission of infectious disease morbidity and chronic chagas native of the Rio Negro microregion, State of Amazonas (1997-2008)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Foi realizado um estudo clínico-epidemiológico direcionado para a investigação da Infecção chagásica crônica, envolvendo 152 indivíduos autóctones da Microrregião do Médio Rio Negro, Estado do Amazonas. Pesquisaram-se os aspectos ligados a transmissão, a morbidade da doença e sua evolução. Aplicou-se um questionário epidemiológico, incluindo teste de reconhecimento vetorial com os gêneros Panstrongylus, Rhodnius e Triatoma. A investigação sorológica utilizou as técnicas de imunofluorescência indireta (IFI), ELISA Convencional e Recombinante (CRA-FRA). Em 45 amostras foram testadas pelo TESA-blot. Foram constituídos três grupos com base na sorologia: POSITIVOS38 indivíduos com pelo menos duas reações sorológicas positivas de fundamentos distintos; NEGATIVOS83 indivíduos com todas as reações negativas; DIVERGENTES- 31 indivíduos com apenas uma reação positiva ou duas baseadas no mesmo fundamento. Realizaram-se em 44 indivíduos exames parasitológicos (xenodiagnóstico, hemocultura e PCR), 24 dos quais no grupo positivo e 20 nos dois outros grupos. Nos 152 indivíduos foi feito um estudo clínico e eletrocardiográfico, em 149 deles um estudo ecocardiográfico e em 83 um estudo radiográfico do tórax em anteroposterior e oblíqua anterior direita com esôfago contrastado, para avaliar o índice cardiotorácico e a morfologia do esôfago. Dos 152 indivíduos estudados 91 (60%) eram do gênero masculino e 61 (40%) do gênero feminino, com idades de 7 a 82 anos. Entre os soronegativos a proporção entre ambos os gêneros foi semelhante, mas entre os soropositivos 73,7% eram masculinos, devido a atividade laboral no extrativismo vegetal. O Odds Ratio mostrou que a atividade de extrativismo da piaçaba eleva em 10,4 vezes a chance de ser soropositivo para a infecção chagásica no indivíduo que a pratique, já o extrativismo vegetal em geral eleva a chance de um indivíduo se tornar soropositivo em 19,9 vezes comparando-o com outras atividades laborais. O ECG mostrou alterações em 45% do grupo soropositivo em 42% no grupo divergente e em apenas 22% do grupo soronegativo. O resultado do teste de Sheps mostrou que 29,4% das alterações eletrocardiográficas podem ser atribuídas a etiologia chagásica, entretanto, no estudo evolutivo de 28 casos soropositivos não houve significância na evolução do ECG de normal para alterado, devido à regressão de alterações do ECG de quatro indivíduos. O ECO mostrou alterações em 32% dos soropositivos, 22% dos soronegativos e 21% dos sorodivergentes. Houve um aumento significante no número de ECO que evoluíram de normal a alterado no grupo com sorologia positiva. Nos grupos soronegativos e sorodivergentes não houve significância. Entre os 38 soropositivos há 42% com a forma cardíaca com base nas alterações do ECG. Em 28 indivíduos, quatro tiveram evolução, quatro tiveram regressão das alterações no ECG e 20 permaneceram na mesma forma sendo 16 na forma Indeterminada e quatro com a forma cardíaca.

ASSUNTO(S)

chagas cardiomyopathy/epidemiology cardiomiopatia chagásica/transmissão cardiomiopatia chagásica/diagnóstico chagas cardiomyopathy/diagnosis chagas cardiomyopathy/transmission epidemiologic studies doencas infecciosas e parasitarias cardiomiopatia chagásica/epidemiologia estudos epidemiológicos

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