Estudos taxonomicos sobre o genero Qualea AUBL., subgenero Amphilochia (Mart.) Stafl. (Vochysiaceae A.ST.-Hil.)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

Estudos taxonômicos baseados em material de herbário e observações de campo sobre o gênero Qualea Aubl., subgênero Amphilochia (Mart.) Stafl. (Vochysiaceae), resultaram no reconhecimento de sete espécies, duas delas com subdivisão infraespecífica: (1) Qualea cryptantha (Spreng.) Wann. ssp. cryptanthae ssp. Marginat (Miq.) M.Lisboa &K.Yamamoto, comb.nov.; (2) Q. cordafiJ (Spreng.) ssp. core/ata, ssp. dichotoma (Mart.) M.Lisboa &K.Yamamoto comb.nov. e ssp. elongata(Warm.) M.Lisboa &K.Yamamoto, comb.nov.; (3) Q. glazioviiWarm.; (4) Q.lundii(Warm.) Warm.; (5) Q. megalocarpa Stafl.; (6) Q. selloiWann; e (7) Qualea sp.nov.ined. Além desta espécie nova, as principais novidades taxonômicas consistem nas sinonimizações de Q. dichotoma (transferida para subespécie) com Q. cordata, e de Q. densiflora Warm. com Q. selloí, além do não reconhecimento das variedades de Q. cordata e das subespécies de Q. selloí (sensu Stafleu 1953). Evidenciou-se a importância taxonômica do comprimento do pecíolo, das pétalas e das anteras, de alguns aspectos da venação foliar, da morfologia das gemas e das estípulas. Caracteristicas de indumento e forma da base foliar são admitidas apenas como caracteres auxiliares. A região localizada entre o Planalto Sul de Minas, a Serra da Canastra e a vertente ocidental da Serra da Mantiqueira, limitada aproximadamente pelas fronteiras entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, concentra a maior diversidade de táxons específicos e infra-específicos do sUbgênero Amphilochía, mas a sua área de distribuição compreende desde os estados do Nordeste e Centro-Oeste até parte da região Sul do Brasil, chegando ao Norte do Paraguai, predominantemente em cerrados de altitude ou florestas semideciduais adjacentes no interior do Brasil, com apenas duas exceções em florestas costeiras. Apesar de algumas sobreposições marginais, cada táxon apresenta padrão razoavelmente distinto de distribuição geográfica e habitat preferencial. Q, cryptantha ssp, cryptantha ocorre apenas em matas de tabuleiro na região NE-L do país, a ssp. marginata é praticamente restrita à Chapada Diamantina (BA); Q, glazioviilimitase às florestas pluviais de encosta nas regiões SE-S do país; Q, core/ata ssp. dichotoma predomina em cerrados paulistas e do sul de Minas, a subespécie elongata é o único representante do sUbgênero no Maciço Goiano, enquanto que a subespécie cordata, que é o táxon mais amplamente distribuído, é o único que chega ao Paraguai e é quase o único representante na Serra do Espinhaço (MG); Q, sel/oíé basicamente uma espécie da Serra da Mantiqueira, entre São Paulo e Sul de Minas; Q, megalocarpa, Q, lundiíe Q, sp,nov" estudadas apenas pelos tipos, parecem ser restritas, respectivamente, às proximidades da Serra de Caparaó (MG), às Serras ao sul de Belo Horizonte (MG), e à região sul da Serra de Bodoquena (MS). Os padrões quase exclusivos de distribuição e preferência por habitat fundamentam o tratamento como subespécie dos táxons infraespecíficos. Observações populacionais e experimentos preliminares no campo de cruzamento entre Q, cordata ssp, cordata e Q, sel/oí sugerem que, quando em simpatria, pode haver hibridização entre espécies, produzindo plantas aparentemente férteis com características intermediárias. Os dados geográficos e a aparente fragilidade nas barreiras reprodutivas sugerem que a disjunção geográfica pode ser o principal fator de especiação no táxon

ASSUNTO(S)

vegetação - brasil botanica - classificação morfologia vegetal

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