Eutanásia: pelas veredas da morte e da autonomia
AUTOR(ES)
Siqueira-Batista, Rodrigo, Schramm, Fermin Roland
FONTE
Ciência & Saúde Coletiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004
RESUMO
O artigo parte da pergunta: o estabelecimento de um conceito de morte, que possa ser considerado fidedigno e, portanto, consensual, seria premissa crucial para a legitimação moral da eutanásia? Procura responder, expondo os problemas que cercam as tentativas de uma definição - científica - de morte, no momento em que se tenta utilizá-la na tomada de decisões - éticas - em relação ao fim da vida, como no caso da eutanásia e do suicídio assistido. Baseia a argumentação na Lei de Hume, que proíbe a inferência de "valores" a partir de "fatos", e na concepção evolutiva de conceitos científicos, decorrente da distinção, de origem kantiana, entre o que é (coisa em si ou númeno) e o que é conhecido (ou fenômeno), e cuja principal conclusão, de tipo metodológico, é a incomensurabilidade entre a ordem dos fatos e dos valores, ou seja, uma definição de um evento/processo como a morte só pode ser comparada com outra definição pertencente à mesma ordem, o mesmo aplicável aos valores. De outro modo, o manuscrito procura delimitar um referencial alternativo para o debate, que, apesar de suas limitações, se mostra bastante útil para a argumentação bioética: o princípio da autonomia, intrínseco à ordem dos valores.
ASSUNTO(S)
bioética eutanásia morte autonomia
Documentos Relacionados
- Aborto e eutanásia: dilemas contemporâneos sobre os limites da vida
- A eutanásia e os paradoxos da autonomia
- O conhecimento da definição de eutanásia: estudo com médicos e cuidadores de pacientes com doença de Alzheimer
- Discursos de e sobre cegos: pelas veredas da Semiótica
- Pelas veredas da psicose: o que se escreve?