Evolução da ocorrência (1980-1999) da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa idiopática e análise das suas características clínicas em um hospital universitário do sudeste do Brasil
AUTOR(ES)
SOUZA, Marcellus Henrique L. P., TRONCON, Luiz Ernesto de A., RODRIGUES, Carla Maria, VIANA, Cyntia F. G., ONOFRE, Pedro H. C., MONTEIRO, Rosane A., PASSOS, Afonso D. C., MARTINELLI, Ana L. C., MENEGHELLI, Ulysses G.
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-04
RESUMO
Racional - A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa idiopática são consideradas pouco freqüentes nos países em desenvolvimento, sendo escassos os estudos sobre a sua ocorrência no Brasil. Objetivos - Estudar a freqüência de admissão de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica em um hospital universitário ao longo de 20 anos (1980-99) e descrever características demográficas e clínicas desses casos. Métodos - Calculou-se a freqüência de admissão de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica de janeiro de 1980 a dezembro de 1999 e analisaram-se todos os casos destas doenças admitidos nos últimos 10 anos desse período. Resultados - No período estudado, registraram-se 257 casos novos, sendo 126 da doença de Crohn e 131 da retocolite ulcerativa inespecífica. A freqüência de admissão de casos de ambas as doenças aumentou de 40 para 61 casos/10.000 atendimentos, do primeiro para o segundo qüinqüênio, com menor crescimento subseqüente, sendo que a doença de Crohn tornou-se, gradualmente, mais freqüente que a retocolite ulcerativa inespecífica. Em ambas as doenças, houve predomínio de casos do gênero feminino, na faixa etária entre 20 e 50 anos, da cor branca, do estado civil casado e de não-tabagistas. Ambas as doenças apresentaram-se com os sintomas digestivos próprios e não houve diferenças entre elas quanto às freqüências de manifestações sistêmicas e extra-intestinais (29,5% vs 23,3%), incluindo as tromboembólicas (5,9% vs 5,5%). Na doença de Crohn, 59,2% dos casos apresentaram complicações (obstrução e/ou perfuração), enquanto que 53,7% dos casos de retocolite ulcerativa inespecífica foram de formas mais graves. Nos casos de doença de Crohn com obstrução, o tabagismo foi significativamente mais freqüente que nas formas não-complicadas. Na retocolite ulcerativa inespecífica, as manifestações sistêmicas e as extra-intestinais, bem como o acometimento de todo o cólon, foram significativamente mais freqüentes nas formas mais graves. Conclusões - Houve aumento da freqüência das doenças inflamatórias intestinais, com a doença de Crohn tornando-se mais comum que a retocolite ulcerativa inespecífica. Tanto uma como outra das afecções, apresentaram-se com as características habituais, destacando-se o predomínio das formas mais graves.
ASSUNTO(S)
doença de crohn colite ulcerativa
Documentos Relacionados
- FINANÇAS PÚBLICAS MUNICIPAIS: O CASO DE CAMPINAS (1980-1999)
- Manifestações articulares em pacientes com doença de Crohn e retocolite ulcerativa
- O Posicionamento dos Tribunais perante os Contratos de Distribuição (1980-1999)
- Manifestações extra-intestinais em doença de Crohn e retocolite ulcerativa: prevalência e correlação com o diagnóstico, extensão, atividade, tempo de evolução da doença
- Estudo temporal das doenças associadas à AIDS no Brasil, 1980-1999