Evolução da terapêutica do retinoblastoma

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos Brasileiros de Oftalmologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-08

RESUMO

OBJETIVO: Mostrar a evolução do tratamento do retinoblastoma ao longo de uma década e suas implicações na sobrevida global e na preservação da visão. MÉTODOS: Trezentos e dezenove pacientes foram avaliados no estudo. Analisamos 257 pacientes portadores de retinoblastoma admitidos no Hospital do Câncer, entre janeiro de 1986 a dezembro de 1996, divididos em dois grupos de acordo com tratamento a que foram submetidos (1986 a 1990 e 1991 a 1996). Analisamos ainda 62 pacientes portadores de retinoblastoma intra-ocular entre janeiro de 1996 e maio de 2000 que foram submetidos a quimiorredução, aliada a medidas oftalmológicas, sem enucleação ou radioterapia externa. RESULTADOS: Em pacientes com doença intra-ocular, nos dois períodos, não houve significância estatística com relação à sobrevida. Analisamos 59 pacientes com retinoblastoma extra-ocular, de acordo com a classificação do CCG (Children´s Cancer Group), e a sobrevida global em 5 anos foi maior no 2º período, (63,7% vs. 41%; p= 0,059). Entre 1996 e 2000 analisamos 62 pacientes com retinoblastoma intra-ocular com visão preservada, sendo 47 (75,8%) com doença bilateral e 15 (24,2%) com tumor unilateral. Os portadores de tumor bilateral tiveram uma taxa de preservação de visão de 49,8%, versus 26,7% para os pacientes com tumor unilateral. CONCLUSÕES: Tumores intra-oculares mantêm altas taxas de cura e preservação da visão. Novas combinações de drogas poderão melhorar a sobrevida dos extra-oculares. Quanto às perspectivas futuras, há pesquisas envolvendo terapia gênica/molecular e terapêutica anti-angiogênese. Apesar de toda a evolução, o diagnóstico precoce é a arma mais poderosa, na cura dos portadores deste tumor.

ASSUNTO(S)

retinoblastoma sobrevivência visão

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