Núcleo de Telessaúde Sergipe
2023Sim. A pregabalina é conhecida, em diversos estudos clínicos, por sua eficácia no tratamento da neuralgia pós-herpética, neuropatia diabética dolorosa e fibromialgia, e recentemente no manejo de sintomas neuropáticos em pacientes com quadros álgicos crônicos nas costas e no pescoço (1-6). Também tem demonstrado ser uma alternativa custo-efetiva para casos de dor no pescoço refratária às terapêuticas convencionais (1).
Constitui uma droga anticonvulsivante com propriedades analgésica e ansiolítica. É um análogo estrutural do ácido gama-aminobutírico (GABA) que exerce suas ações ligando-se a uma subunidade auxiliar dos canais de cálcio voltagem-dependentes no sistema nervoso central (1-4). A literatura descreve seu uso para promover rápido alívio da dor neuropática periférica e central em adultos (3,4), e a falta de interação farmacocinética clinicamente relevante sugere que a pregabalina seja segura ao ser co-administrada com outras drogas (1,3).
Dor crônica é usualmente definida como uma dor experimentada por um período de aproximadamente três a seis meses durante o qual é sentida todo dia ou quase todo dia (4).
Drogas anticonvulsivantes têm sido usadas no manejo da dor desde a década de 1960. A impressão clínica é que elas são úteis para a dor neuropática (em geral, neuropatia diabética dolorosa, neuralgia pós-herpética), especialmente quando a dor é lancinante ou em queimação. No Reino Unido, carbamazepina e fenitoína são licenciadas para o tratamento da dor associada à neuralgia trigeminal, e gabapentina e pregabalina para o tratamento da dor neuropática (4).
Em nosso meio, as indicações da pregabalina, para uso em adultos, são: tratamento da dor neuropática, terapia adjunta de crises epilépticas parciais, tratamento do transtorno de ansiedade generalizada e no controle da fibromialgia (7).
Para casos de dor neuropática, a dose inicial recomendada de pregabalina é de 75mg duas vezes ao dia (150mg/dia). Em estudos clínicos, a eficácia da pregabalina foi demonstrada em pacientes que receberam uma faixa de 150 a 600mg/dia. Para a maioria dos pacientes, 150mg duas vezes ao dia é a dose ideal, devendo-se, no entanto, avaliar cada caso individualmente (7).