Fatores associados ao encaminhamento de pacientes com suspeita clinica de Sindrome de Turner a um serviço universitario de referencia / Factors associated to referral of patients with features of Turner Syndrome to a tertiary reference center
AUTOR(ES)
Annelise Barreto de Carvalho
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
A Síndrome de Turner (ST) caracteriza-se pela presença de um cromossomo X e perda parcial ou total do segundo cromossomo sexual. Suas características mais comuns são baixa estatura e disgenesia gonadal. O diagnóstico precoce é fundamental para que as pacientes possam se beneficiar de diversas condutas específicas a serem tomadas quando necessário. Objetivo: analisar uma ampla casuística de pacientes com ST e a forma do encaminhamento de pacientes com essa suspeita clínica a um serviço de referência. Sujeitos: 425 pacientes do sexo feminino encaminhadas ao Grupo Interdisciplinar de Estudos da Determinação e Diferenciação do Sexo da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas para investigação de ST, no período de janeiro de 1989 a outubro de 2006. Métodos: Foram analisados os seguintes dados obtidos dos prontuários clínicos: constituição cromossômica, idade, estatura (em escore z) e estadio puberal no momento do diagnóstico, origem do encaminhamento (interno ou externo ao HC) e especialidade do médico que encaminhou. Foi feita análise descritiva, comparação de pacientes com e sem ST e das pacientes com ST de acordo com a origem e a especialidade do médico, além de análise de correlação entre estatura e idade ao diagnóstico. Resultados: O diagnóstico de ST foi feito em 36,9% dos casos, com baixa freqüência de cariótipos 45,X e predominância de aberrações estruturais. A média de idade ao diagnóstico da ST foi 12,01 anos, o escore z da estatura -3,09 e havia atraso puberal em 71,4% das 63 pacientes com mais de 13 anos. Os médicos pediatras foram os que mais encaminharam pacientes com suspeita desta síndrome, e aquelas provenientes de serviços externos tiveram com maior freqüência diagnóstico confirmado de ST. Comparadas às demais, as pacientes com ST apresentavam maior déficit na estatura e maior freqüência de atraso puberal. Dentre os casos de ST, as encaminhadas do próprio HC tinham estatura mais baixa que as de origem externa, porém com idade e freqüência de atraso puberal semelhantes; as encaminhadas por pediatras eram mais jovens, porém com estatura e freqüência de atraso puberal semelhantes às daquelas encaminhadas por não pediatras. Foi encontrada correlação linear negativa significativa entre a idade ao diagnóstico e a estatura no total de pacientes com ST, porém a ausência dessa correlação nos casos encaminhados por não pediatras sugere que esse grupo de pacientes, de diagnóstico mais tardio, possa ter déficit estatural menos acentuado e atraso puberal nem sempre evidente Discussão: O presente trabalho mostrou alta freqüência de casos de ST em serviço de referência, porém com diagnóstico ainda tardio na maioria dos casos e independente de serem provenientes ou não de serviços terciários. É necessário, portanto, divulgar entre pediatras e não pediatras em todos os níveis de atenção os conhecimentos necessários ao encaminhamento e diagnóstico precoce da ST
ASSUNTO(S)
gonadal dysgenesis stature disgenesia gonadal cromossomas - aberrações estatura pediatria pediatrics chromossome aberrations
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000439523Documentos Relacionados
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