Fatores associados ao uso de antiinflamatórios não esteróides em população de funcionários de uma universidade no Rio de Janeiro: Estudo Pró-Saúde
AUTOR(ES)
Luz, Tatiana Chama Borges, Rozenfeld, Suely, Lopes, Cláudia S., Faerstein, Eduardo
FONTE
Revista Brasileira de Epidemiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-12
RESUMO
Os Antiinflamatórios Não-Esteróides (AINE) estão entre os medicamentos mais utilizados no mundo. Estima-se que mais de 30 milhões de pessoas tomem AINE diariamente, apesar de sua toxicidade e de seus efeitos adversos, principalmente gastrointestinais. O presente trabalho utilizou dados seccionais da Fase 1 (1999) de um estudo de coorte (Estudo Pró-Saúde) coletados entre 4.030 funcionários técnico-administrativos de uma universidade no Rio de Janeiro, nos quais foram aplicados questionários autopreenchíveis. Nesse estudo, os AINE apareceram entre os principais produtos consumidos nas duas semanas que antecederam à pesquisa, com prevalência de 7%. Verificou-se que as mulheres têm maior chance de serem usuárias (OR = 2,11; IC 95%: 1,59 - 2,79). Os dados foram submetidos a análise multivariada, tendo sido propostos modelos logísticos por sexo. A carga horária trabalhada na semana foi um importante preditor do uso de AINE (OR = 1,03; IC 95%: 1,01 - 1,04, para homens, e OR = 1,02; IC 95%: 1,00 - 1,03, para mulheres). Dor incapacitante e artrose também se mostraram relevantes, com OR = 2,89 (IC 95%: 1,77 - 4,71) e OR = 2,29 (IC 95%: 1,10 - 4,75), respectivamente, para os homens, e OR = 2,65 (IC 95%: 1,89 - 3,70) e OR = 2,00 (IC 95%: 1,37 - 2,93), respectivamente, para as mulheres. Outros preditores importantes foram a hérnia de disco (OR = 2,27; IC 95%: 0,93 - 5,54) para os homens, e LER (OR = 1,64; IC 95%: 1,15 - 2,35), cálculos vesical (OR = 1,85; IC 95%: 1,00 - 3,45) e renal (OR = 1,81; IC 95%: 1,12 - 2,91) para as mulheres. Mulheres e indivíduos com maior carga horária de trabalho semanal constituem grupos mais vulneráveis, em termos de uso irracional, e, portanto, mais sujeitos a programas de intervenção. Os resultados apontam para a importância das condições de trabalho no processo de desencadeamento de doenças.
ASSUNTO(S)
antitinflamatórios não esteróides fatores associados trabalhadores universidades
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